Após uma força-tarefa de ministros na Câmara dos Deputados, a bancada de deputados do PT decidiu nesta terça-feira apoiar as medidas de apoio do ajuste fiscal, embora não tenha vencido todas as divergências internas. O partido não fechou questão em torno do tema e, portanto, não punirá os parlamentares que votarão contra as medidas provisórias que mudam regras de acesso a direitos trabalhistas e previdenciários.
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“Ninguém aqui é obrigado a nada. Nossa posição é majoritária e vamos até a hora da votação conversar com mais um ou outro que ainda precise desse diálogo”, disse o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC).
Antes de anunciar a decisão, a bancada do PT precisou convocar quatro ministros para conversar com os deputados sobre as medidas de ajuste fiscal do governo Dilma. Depois de suspenso sem consenso por volta das 15h, o encontro foi retomado cerca de uma hora depois com a presença de Ricardo Berzoini (Comunicações), Carlos Gabas (Previdência), Miguel Rossetto (Secretaria Geral) e Pepe Vargas (Direitos Humanos).
Historicamente ligado a centrais sindicais, o PT é cobrado por outros partidos da base aliada para aprovar as medidas de ajuste, consideradas pelo Palácio do Planalto necessárias para sanear as contas públicas. Apesar da pressão governista, pelo menos dois petistas anunciaram intenção de votar contra.
“Houve mudanças por parte do relator frente à MP original (de autoria do governo) e houve um compromisso de quase todos partidos da base de votar favoravelmente. E isso colocou a bancada do PT na seguinte situação: eventualmente a nossa bancada ser aquela que reverteria esse compromisso”, disse o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), após a reunião.
A MP 665, que começou a ser discutida no plenário da Câmara nesta noite, muda regras de acesso ao seguro desemprego, ao abono salarial e ao seguro defeso, benefício concedido a pescadores. O principal ponto da medida é a alteração para 12 meses da carência para pedir pela primeira vez o seguro desemprego.