PT descarta candidatura de Lula em 2014

4 jul 2013 - 20h55
(atualizado às 21h09)

A possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser o candidato do PT à Presidência da República no ano que vem "não tem ressonância" na alta cúpula da legenda, disse nesta quinta-feira o presidente da sigla, Rui Falcão. A volta de Lula tem ganhado alguns simpatizantes até mesmo dentro do partido, especialmente depois da onda de manifestações que tomou as ruas das principais cidades do País no mês passado, e da queda na popularidade e na intenção de voto da presidente Dilma Rousseff, potencial candidata à reeleição.

A possibilidade de Lula disputar uma eleição presidencial pela sexta vez em 2014 tem sido publicamente descartada pelo próprio ex-presidente. Essa hipótese foi afastada pela cúpula do partido hoje, após reunião da Executiva Nacional petista, em Brasília, para avaliar a atual conjuntura nacional. A conclusão a que chegaram é que a sigla não deve se dividir, mas estar unido em torno da reeleição de Dilma.

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"A nossa posição e tudo que foi manifestado lá é de defesa do nosso governo e de apoio integral às iniciativas adotadas pela presidenta Dilma", disse Falcão. "Esse assunto não ganha ressonância entre nós." Um pouco antes da reunião terminar, o senador Jorge Viana (AC) já havia adiantado que o "Volta Lula" havia sido rejeitado pela Executiva.

"Isso seria pior do que antecipar as eleições", disse ele a jornalistas. Segundo o senador, debater esse tema poderia fazer o governo "somatizar" as turbulências causadas pelas manifestações que tomaram conta do País.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

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A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas. 

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