PT fará defesa do ajuste fiscal na TV e prometerá expulsar condenados pela Justiça

5 mai 2015 - 14h20
(atualizado às 14h22)

O PT anunciará nesta terça-feira em programa em cadeia nacional de TV que todos os integrantes do partido que forem condenados na Justiça serão expulsos da legenda e fará uma defesa do ajuste fiscal que vem sendo promovido pelo governo da presidente Dilma Rousseff.

Apoiadores do PT durante campanha presidencial de 2014 no Rio de Janeiro. 26/10/2014
Apoiadores do PT durante campanha presidencial de 2014 no Rio de Janeiro. 26/10/2014
Foto: Pilar Olivares / Reuters

No programa de 10 minutos, antecipado pelo presidente do partido, Rui Falcão, em sua conta no Facebook, o partido também criticará o projeto de lei que regulamenta a terceirização da mão de obra, que tramita no Congresso, e exaltará a posição da legenda a favor dos trabalhadores.

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O programa petista não conta com a participação de Dilma, que já optou por evitar a cadeia nacional de rádio e TV para fazer seu discurso do Dia do Trabalho, mas faz uma defesa do ajuste fiscal promovido pelo governo e garante que o ajuste será feito sem afetar os direitos dos trabalhadores e os mais pobres.

"No ajuste econômico que o governo está fazendo agora, o PT tem defendido que não se cortem direitos dos trabalhadores. E também que as medidas necessárias não afetem os mais pobres, mas sim quem tem mais recursos", afirmam os atores que fazem o programa da legenda.

No programa, o PT faz uma defesa da adoção de impostos sobre "grandes fortunas, grandes heranças e ganhos especulativos".

Entre as medidas de ajuste enviadas pelo governo ao Congresso estão as medidas provisórias 664, que modifica benefícios previdenciários, e 665, que restringe o acesso a benefícios trabalhistas.

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As medidas têm sido alvo de críticas de centrais sindicais, entre eles a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, que avaliam que elas tiram direitos dos trabalhadores.

Principal figura histórica do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do programa do partido para fazer uma defesa enfática da luta contra o projeto da terceirização da mão de obra, aprovada na Câmara e que agora tramita no Senado.

"Esse projeto faz o Brasil retornar ao que era no começo do século passado. Voltar ao tempo em que o trabalhador era um cidadão de terceira classe, sem direitos, sem garantias, sem dignidade. Nós não vamos permitir esse retrocesso", garante Lula.

"O PT está ao lado do trabalhador na luta contra a terceirização."

EXPULSOS

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O programa do partido também faz uma defesa do fim da impunidade e do combate à corrupção.

"Qualquer petista que cometer malfeitos ou ilegalidade não continuará nos quadros do partido", afirma Falcão durante o programa para, logo em seguida, criticar "setores da mídia" que, na avaliação dele, querem "criminalizar todo o partido por causa de erros graves de alguns filiados".

Logo em seguida, um ator contratado reitera as declarações de Falcão.

"Você ouviu, qualquer petista que ao final do processo for julgado culpado será expulso. Mas precisamos ter consciência de que há integrantes de vários partidos sendo acusados e investigados, inclusive de oposição, e a Justiça tem que ser igual para todos, não apenas para quem está no PT."

O partido não cita a operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras envolvendo empreiteiras, funcionários da estatal, políticos e partidos, mas afirma que nos governos petistas "gente importante" foi presa e foi colocada luz sobre a corrupção, ao contrário do que ocorria, segundo a legenda, nos governos anteriores.

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O então tesoureiro do partido João Vaccari Neto foi preso pela Polícia Federal no âmbito da Lava Jato no mês passado. Ele pediu afastamento do cargo após a prisão. [nL2N0XC2X8]

A decisão do PT de expulsar da sigla integrantes que forem condenados na Justiça contrasta com a postura do partido em relação a lideranças petistas condenadas pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão. Naquele caso, o partido manifestou solidariedade aos condenados e avaliou que o julgamento foi político.

(Reportagem de Eduardo Simões)

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