PT pede ao STF afastamento do ministro Ricardo Salles

Parlamentares afirmam que a permanência do chefe do Meio Ambiente contribui para o desmonte da política ambiental

21 mai 2021 - 17h25
(atualizado às 17h51)
Ministro Salles em Brasília
22/4/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro Salles em Brasília 22/4/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) cobrar o afastamento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, investigado sob suspeita de participação em um esquema de corrupção ligado à exportação ilegal de madeira.

Os parlamentares afirmam que a permanência de Salles no cargo, além de contribuir para o desmonte da política ambiental, abre caminho para obstrução das investigações em curso contra ele.

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"Além de fraudar o compromisso constitucional de defender o meio ambiente no País, [Salles] vem diuturnamente se posicionando ao lado dos que vulneram as regras ambientais, criando, desta feita, embaraços às apurações e investigações que procuram desvendar todos esses desmandos ambientais no País", diz um trecho da notícia-crime.

O pedido vai ser analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, que autorizou buscas contra Salles na Operação Akuanduba, aberta da Polícia Federal na quarta-feira, 19, e mandou desarquivar uma notícia-crime que atribui ao ministro do Meio Ambiente os crimes de prevaricação, advocacia administrativa e de responsabilidade na reunião ministerial em que ele sugeriu aproveitar a pandemia para 'passar a boiada' em medidas regulatórias.

Moraes também afastou do cargo o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim.

"São reiteradas as denúncias contra o ministro Ricardo de Aquino Salles pelo desmonte da política ambiental brasileira, mediante o enfraquecimento dos órgãos de proteção e fiscalização do meio ambiente", afirma o PT.

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Principal alvo da operação da PF, Salles nega irregularidades e diz que Moraes foi 'induzido ao erro'. Ao Supremo, os investigadores apontaram 'movimentação extremamente atípica' de R$ 14,1 milhões no escritório de advocacia do qual o ministro do Meio Ambiente é sócio, em São Paulo, entre 2012 e junho do ano passado, e levantaram suspeita de favorecimento ao contrabando de produtos florestais no País.

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