O diretório nacional do PT rejeitou proposta de correntes minoritárias para que o partido passe a empunhar a bandeira 'Fora Bolsonaro'. No entanto, segundo resolução política divulgada nesta terça-feira (17) a legenda avalia que as investigações conduzidas pela CPMI das Fake News, sobre suposto esquema ilegal de divulgação de mentiras contra os adversários, e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, sobre o possível envolvimento da família presidencial com milícias, podem levar ao impeachment do presidente.
"A fraude eleitoral de 2018 é, nesse momento, objeto de investigação na CPI das Fake News, que pode questionar a legitimidade daquele pleito. Junto a isso, a elucidação dos laços entre a família do presidente da República e os crimes perpetrados pelas milícias, caso caracterizem a prática do crime de responsabilidade, pode levar ao pedido de impedimento do próprio titular do Executivo", diz a resolução aprovada no último sábado, 14, e divulgada na segunda (16).
Correntes minoritárias tentaram incluir o 'Fora Bolsonaro' no documento, mas foram derrotadas. O título do texto "Ao lado do povo e da democracia, para derrotar o governo Bolsonaro" foi interpretado por dirigentes como sinal de que o grupo majoritário espera a realização de atos de rua contra o presidente antes de aderir ao "Fora Bolsonaro".
Na segunda, a Articulação de Esquerda, uma das correntes minoritárias do PT, aprovou internamente a defesa do afastamento do presidente. Antes a Democracia Socialista (DS) já havia defendido o 'Fora Bolsonaro'. As duas correntes têm cerca de 30% do diretório nacional do PT. Em discursos e entrevistas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido que o partido respeite o resultado das urnas e deixe Bolsonaro terminar o mandato.