Queiroga admite falta de comprovação sobre cloroquina

Na primeira oitiva, ministro irritou os integrantes da CPI ao não dizer o que pensava sobre o uso de hidroxicloroquina e ivermectina

8 jun 2021 - 10h53
(atualizado às 11h01)

No segundo depoimento à CPI da Covid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reconheceu não haver evidência científica de que a hidroxicloroquina e a ivermectina funcionem para tratar a covid-19. A declaração foi dada logo na fala inicial do ministro aos senadores, antes do interrogatório do relator, Renan Calheiros (MBD-AL). Na primeira oitiva, Queiroga irritou os integrantes da CPI ao não dizer o que pensava sobre o uso desses medicamentos em pacientes infectados pelo novo coronavírus.

À mesa, ministro de Estado da Saúde, Marcelo Queiroga
À mesa, ministro de Estado da Saúde, Marcelo Queiroga
Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

Apesar da declaração, Queiroga citou médicos que estão na "linha de frente" e "relatam casos de sucesso com esses tratamentos". O presidente Jair Bolsonaro é entusiasta do uso de medicamentos que não são recomendados para pacientes com covid-19.

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Segundo Queiroga, a discussão sobre o tratamento precoce contra covid-19 tem gerado "forte divisão na classe médica". "De um lado, aqueles, como eu, que sou mais vinculado a sociedades científicas. Do outro lado, médicos assistenciais que estão na linha de frente e relatam casos de sucesso com esses tratamentos. Eles discutem de maneira calorosa, e cabe a mim harmonizar esse contexto para termos condição mais pacífica na classe médica", afirmou Queiroga.

O ministro disse também que essa discussão calorosa em nada contribui para pôr fim à pandemia do novo coronavírus. "O que vai pôr fim é ampliar a campanha de vacinação. Meu foco é exclusivo, ampliar a campanha de vacinação", declarou Queiroga.

O ministro da Saúde ainda afirmou que o debate sobre o tratamento da covid está em instância técnica, com a elaboração de um protocolo pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). "Dei solução que existe na legislação, é da Conitec a prerrogativa de elaborar protocolos clínicos", disse ele. "Consulta pública pode trazer consenso sobre tratamento hospitalar. Tratamento não é matéria legislativa, entendo que cabe à Conitec", afirmou.

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