Queiroz pagou as escolas da filha de Flávio, diz MP do Rio

Promotores afirmam que os depósitos bancários ocorriam de forma fracionada e com dinheiro em espécie

19 jun 2020 - 08h43

O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz, teria pago despesas pessoais do patrão quando este ainda era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A informação é do Ministério Público do Rio.

O então deputado Flávio Bolsonaro com seu assessor Fabrício Queiroz
O então deputado Flávio Bolsonaro com seu assessor Fabrício Queiroz
Foto: Reprodução / Estadão Conteúdo

As investigações apontam que Queiroz, preso nesta quinta-feira (18), trabalhava como operador financeiro do primogênito do presidente Jair Bolsonaro, e “transferia parte dos recursos para o patrimônio familiar do ex deputado estadual Flávio Bolsonaro, mediante depósitos bancários que ocorriam de forma fracionada em valores menores e pagamentos de despesas pessoais”. Ainda segundo o Ministério Público, as transferências ocorriam em “período coincidente com o do afastamento do sigilo de dados fiscais".

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Foram encontrados 116 boletos bancários que comprovam o pagamento com dinheiro em espécie, “não proveniente” das contas da família, do plano de saúde e mensalidades escolares das filhas de Flávio e da esposa, Fernanda Bolsonaro. 

O MP conclui que Queiroz exerceu função de “operador financeiro na divisão de tarefas da organização criminosa investigada, tanto na arrecadação dos valores desviados da Alerj, quanto na transferência de parte do produto dos crimes de peculato ao patrimônio familiar do líder do grupo, o então deputado estadual Flávio Bolsonaro”.

Queiroz foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo, em uma casa do advogado de Flávio, Frederick Wassef. Amigo pessoal e ex-motorista da família Bolsonaro, ele é suspeito de atuar em esquema de desvio de salários, conhecido como “rachadinha”, no gabinete do “filho 01” do presidente.

A viabilidade da prisão do ex-assessor estava sendo planejada desde que ele havia sido citado em um antigo relatório do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), em dezembro de 2018, por movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão em sua conta - dinheiro que teria sido lavado através da compra e venda de imóveis no Rio. O escândalo foi responsável por colocar Flávio no centro da investigação criminosa.

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Fonte: Redação Terra
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