Quem é o deputado que promove baixarias na Câmara e tem apoio de Bolsonaro para eleição em Belém

Éder Mauro (PL-PA) é um dos pré-candidatos apoiados diretamente pelo ex-presidente. Procurado pela reportagem, o deputado não retornou às tentativas de contato

1 jul 2024 - 12h27
(atualizado às 14h36)

RIO - Alvo de processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o deputado federal Éder Mauro (PL-PA) se notabilizou por promover confusões, bate-bocas e pela atuação bélica como parlamentar no Congresso Nacional. O perfil alinhado ao "bolsonarismo raiz" e a subserviência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve garantir ao parlamentar dividendos eleitorais. Ele é um dos pré-candidatos apoiados diretamente pelo ex-chefe do Executivo para as eleições municipais deste ano.

Pré-candidato à Prefeitura de Belém (PA), Éder Mauro acumula brigas e baixarias nos corredores e comissões da Câmara. No episódio mais recente, no início de junho, ele e um assessor empurraram um militante aos gritos após o homem insultar o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. Procurado pelo Estadão, o deputado não retornou às tentativas de contato.

Publicidade

"Bolsonaro na Papuda", gritou, em referência ao completo penitenciário no Distrito Federal, enquanto era retirado da sala da Comissão de Direitos Humanos.

"Tira esse canalha daí", falou o deputado federal Éder Mauro. "Canalha é teu pai", respondeu o ativista. "Vem me dizer na minha cara aqui, se tu é homem" treplicou o parlamentar, que então levantou e partiu para cima.

No meio do tumulto, Éder Mauro ainda disse que foi a esquerda que matou Marielle, algo que ele já falou em outras comissões no ano passado. Após a saída dos deputados da oposição da sala da Comissão de Direitos Humanos, Talíria começou a chorar e precisou ser amparada pelos colegas Daiana Santos e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ).

'Deputado, cale a boca'

O primeiro depoimento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpista de 8 de Janeiro, em junho do ano passado, precisou ser interrompido por causa de um bate-boca envolvendo Éder Mauro. A relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), chegou a mandar o deputado "calar a boca".

Publicidade

"Deputado, cale a boca, vá gritar em outro lugar', disse a senadora. Éder, por sua vez, respondeu que ninguém o mandaria se calar. O confronto entre os parlamentares se acirrou a tal ponto que o presidente da CPMI, Arthur Maia (União Brasil-BA), determinou a suspensão dos trabalhos pelo prazo de cinco minutos.

A discussão começou porque Eliziane confrontou o ex-diretor Silvinei Vasques sobre um processo que ele respondeu por agredir um frentista em Goiás. Segundo Éber Mauro, a relatora tentou pressionar o depoente. Foi neste momento que a discussão se iniciou e passou a envolver diversos parlamentares governistas e de oposição.

Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações