Quem são os vereadores presos em operação contra o PCC que encontrou R$ 3,5 milhões em cheques

Segundo investigações, os parlamentares participaram de esquema de fraude em contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões

16 abr 2024 - 15h02
(atualizado às 15h51)
Resumo
MPSP deflagrou nesta terça-feira uma operação para desmantelar um grupo criminoso ligado à facção Primeiro Comando da Capital(PCC), suspeito de praticar fraudes em licitações em todo estado de São Paulo. 3 vereadores de diferentes cidades paulistas e 11 outras pessoas foram detidas.
Foto: MPSP

O Ministério Público de São Paulo deflagrou nesta terça-feira, 16, uma nova operação para desmantelar um grupo criminoso ligado à facção Primeiro Comando da Capital (PCC), suspeito de praticar fraudes em licitações em todo o estado em mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. Ao todo, três vereadores de diferentes cidades paulistas foram presos. Além dos parlamentares, outras 11 pessoas foram detidas durante a ação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Empresários e agentes públicos de prefeituras e câmaras municipais do estado também estão entre os alvos. De acordo com os promotores, os três vereadores detidos até agora são os seguintes.

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  • Ricardo Queixão (PSD)

Conforme informações do site da Câmara de Cubatão, localizado no litoral de São Paulo, Ricardo Queixão (PSD), de 40 anos, exerce a profissão de motorista e operador de empilhadeira. Além disso, o vereador tem uma forte atuação na Associação Cidade de Madeira, que será a futura Escola de Samba da Vila dos Pescadores da cidade.

  • Luiz Carlos Alves Dias (MDB)

Também conhecido como Luizão Arquiteto, é comerciante no ramo imobiliário e possui formação em Arquitetura e Urbanismo. Ele exerceu a presidência da Câmara Municipal da cidade por um total de sete anos, primeiro de 2013 a 2014 e novamente de 2019 a 2023. Nas eleições de 2020, recebeu o apoio de 539 eleitores. Atualmente, atua como membro do Conselho de Ética e Disciplina Parlamentar do Legislativo de Santa Isabel.

  • Flavio Batista de Souza (Podemos)

Flavio Batista de Souza (Podemos), de 57 anos, atua como empresário e é conhecido como Inha. Ele está atualmente em seu terceiro mandato como vereador de Ferraz de Vasconcellos, tendo sido eleito para o cargo em 2020 com o apoio de 1.843 votos.

O que foi apreendido?

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  • R$ 3,5 milhões em cheque;
  • R$ 600 mil em espécie e 8 mil dólares;
  • 22 notebooks;
  • 4 armas;
  • .22 celulares.

Operação

A Polícia Militar e o Ministério Público de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagraram na manhã desta terça-feira, 16, a Operação Muditia para desarticular um grupo criminoso, ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), investigado por várias fraudes em licitação em todo o Estado. 

Agentes cumprem 15 ordens de prisão temporária e mandados de busca e apreensão em 42 endereços. Entre os alvos de prisão, estão vereadores de cidades do Alto Tietê e litoral. Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos.

A investigação aponta que empresas atuavam de forma recorrente para frustrar a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada no Estado, em várias prefeituras e Câmaras Municipais. Segundo os promotores, havia simulação de concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. 

Alguns municípios com contratos sob análise são Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri e Itatiba.

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A apuração também encontrou indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos (secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros etc.) e diversos outros crimes, como fraudes documentais e lavagem de dinheiro.

De acordo com a investigação, as empresas do grupo têm contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. "Alguns deles atendiam a interesse do PCC, que tinha influência na escolha dos ganhadores de licitações e reparte os valores ilicitamente auferidos", diz o MPSP.

Fonte: Redação Terra
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