O vice-presidente da CPI da Covid do Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou nesta segunda-feira, 28, um pedido para prorrogar por mais 90 dias os trabalhos da comissão de inquérito no momento em que a investigação parlamentar avança sobre suspeitas envolvendo o governo do presidente Jair Bolsonaro.
A comissão encerra os trabalhos no dia 7 de agosto, mas, se for prorrogada, as apurações vão seguir até novembro. Para que isso ocorra, é preciso o apoio de ao menos 27 senadores - se isso ocorrer, automaticamente a CPI será estendida.
"A CPI da Covid, inicialmente instalada com o intuito de apurar as ações e omissões do governo na pandemia, além de identificar os culpados por essa tragédia que já nos custou mais de 510 mil mortes, nos levou ao que pode ser um dos maiores casos de corrupção da história do Brasil", disse Randolfe, no Twitter.
"Por isso, tendo em vista a necessidade, o elevado número de documentos e provas recebidas, apresentamos o requerimento pedindo a prorrogação da CPI por mais 90 dias. A prorrogação torna-se automática a partir de 27 assinaturas", completou.
A CPI colocou Bolsonaro no foco das apurações após as suspeitas de irregularidades no contrato para a compra, no valor de 1,6 bilhão de reais, de doses da vacina indiana contra covid-19 Covaxin.
O deputado Luís Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, afirmaram, em depoimento à CPI na sexta-feira passada, terem alertado o presidente sobre suspeitas na contratação da Covaxin.
O presidente e a Precisa Medicamentos, que representa a Bharat Biotech, fabricante da Covaxin, negam irregularidades.
Após os depoimentos dos irmãos Miranda, a cúpula da CPI avalia propor ao Supremo Tribunal Federal uma notícia-crime por prevaricação contra Bolsonaro.