O presidente Lula (PT) recebeu o presidente da Argentina, Javier Milei, com um cumprimento formal e frio. O representante do país vizinho chegou ao Brasil para participar da cúpula do G20 como um nome de oposição aos acordos que estão sendo elaborados sob a liderança brasileira com os demais membros do bloco.
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Ao contrário dos membros do G20 e de 81 países, Milei não assinou a iniciativa para combater a fome no mundo. Entre diplomatas brasileiros, o argentino é visto como muito alinhado ao presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump e tem sido um obstáculo para formação de consensos na declaração final da cúpula.
Lula estava na entrada da cúpula no Museu de Arte Moderna do Rio e cumprimentou os participantes. Milei chegou acompanhado da irmã, Karina Milei, e cumprimentou Lula e a primeira-dama, Janja da Silva, com um aperto de mão. Em seguida, o presidente brasileiro mostrou com as mãos onde o colega deveria ficar para foto junto da irmã. Nenhum dos dois líderes sorriu para o registro e logo em seguida o petista mostrou com as mãos o caminho da entrada para Milei.
Boas vindas ao presidente da Argentina, Javier Milei, na Cúpula do G20 no Brasil. 🇧🇷 🇦🇷 pic.twitter.com/s3HBEIvVM5
— Lula (@LulaOficial) November 18, 2024
Desde a posse do presidente argentino, em dezembro do ano passado, Lula e Milei não se falaram pessoalmente em reuniões ou visitas de estado. O argentino fez diversos ataques a Lula o chamando, entre outros xingamentos, de “corrupto”.
A saudação de Lula foi diferente, por exemplo, com Emmanuel Macron. O presidente da França trocou abraços com o par brasileiro e Janja e sorriu para foto após um curto diálogo. Assim como fez com os primeiros-ministros do Canadá, Justin Trudeau, da Itália, Giorgia Meloni, e os presidentes da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Joe Biden.
Milei esteve no Brasil em julho deste ano enquanto acontecia a reunião do Mercosul, no entanto, não foi à agenda e também não comunicou a ida à Santa Catarina à diplomacia brasileira. Ele esteve no estado para participar de um evento conservador e com ícones da extrema direita ao lado de Jair Bolsonaro (PL). O episódio causou incômodo no Itamaraty.