A pré-candidatura da ex-senadora Marina Silva como vice na chapa de Eduardo Campos para a eleição deste ano passou pelo crivo de delegados da Rede Sustentabilidade, partido não-homologado criado por Marina. No primeiro congresso da legenda informal, os correligionários da ex-senadora confirmaram seu nome para ser vice de Campos.
O movimento consolida o tabuleiro político para o pleito de outubro, que deverá ter como principais oponentes a presidente Dilma Rousseff, pré-candidata à reeleição pelo PT, o tucano Aécio Neves e Eduardo Campos, pelo PSB. Na corrida presidencial de 2010, Marina Silva ficou em terceiro lugar na preferência do eleitorado. Como não conseguiu formalizar sua legenda a tempo, teve se contentar-se com o potencial posto de vice, ainda no intuito de usar o capital político da campanha anterior.
"Se tivéssemos o registro na Rede nesse momento estaríamos com uma outra agenda, criando o partido, montando diretórios, tendo candidato a presidente da República", afirmou. "Quem colocou a possibilidade de ser vice foi o PSB. E eu dizia que quem ia escolher o vice é o candidato", explicou em outro momento.
Apesar da formalidade da Rede Sustentabilidade em confirmar o nome de Marina como vice na coligação entre PSB, Rede, PPS e PPL, a parceria já havia sido anunciada pelo PSB no mês passado.
Com a aliança, Campos quer conseguir transferência de parte dos votos de Marina, que ficou em terceiro lugar na disputa ao Planalto de 2010. Não há sinal, no entanto, de que o apoio, já declarado em outubro do ano passado, venha apresentando tendência de transferência. Marina Silva conseguiu no pleito de quatro anos atrás 19,6 milhões de votos pelo PV. Pesquisas de intenção de voto realizadas pelo Ibobe apontam que Campos tinha 10% da preferência dos eleitores e esse percentual caiu para 7% em março deste ano.
Marina se projeta como alternativa às forças políticas encabeçadas pelo PT (hoje no governo) e o PSDB, que governou o País por dois mandatos. Ao mesmo tempo, Eduardo Campos, que renunciou ao governo de Pernambuco para a disputa nacional, tenta nacionalizar sua imagem, ainda concentrada na Região Nordeste, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal cabo eleitoral de Dilma Roussefff à reeleição, também consegue angariar o maior número de votos.