O relator da CPI mista da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), apresentou nesta segunda-feira um plano de trabalho no qual prioriza a oitiva dos ex-diretores da estatal Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, além do doleiro Alberto Youssef. A votação do planejamento dos trabalhos foi adiada.
Nestor Cerveró, um dos diretores que o relator pretende convocar, foi responsabilizado pela presidente Dilma Rousseff por elaborar um relatório falho que motivou a compra da refinaria de Pasadena. Costa e Youssef foram presos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. O ex-diretor foi solto, mas o doleiro segue preso.
O senador Mário Couto (PSDB-PA) defendeu a convocação da presidente da Petrobras, Graça Foster, e do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli de imediato. Maia quer evitar ouvi-los novamente, já que ambos já explicaram a compra da refinaria de Pasadena em comissões no Congresso e na CPI do Senado.
“Como já foram ouvidos exaustivamente, nós, nesse momento, ouvi-los novamente seria repetir mais do mesmo”, disse o petista. "Nós precisamos ter mais investigações, ter mais dados, para quando ela (Graça Foster) vir à CPI ter com o que contribuir", afirmou.
O presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), decidiu conceder vista coletiva depois de protestos da oposição. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) reclamou da tentativa de incluir no plano suspeitas de irregularidades na compra de turbinas da GE no fim do governo Fernando Henrique Cardoso.
A oposição também contestou a ausêcia de pedidos de quebra de sigilo no plano de trabalho. A CPI deve colocar em votação amanhã uma série de requerimentos entre os quais há pedidos de quebras de segredo.
A CPI mista da Petrobras é composta por senadores e deputados e conta com a presença de oito integrantes da oposição, que boicotou a comissão criada só no Senado para investigar a estatal.
Pelo plano de trabalho de Marco Maia, a CPI será dividida em quarto eixos, sendo que a comissão deverá priorizar um tema por semana. Os eixos de investigação são: (1) a compra da refinaria de Pasadena; (2) as denúncias de propina da holandesa SBM Offshore a funcionários da Petrobras; (3) denúncias de falha de seguranças em plataformas; (4) indícios de superfaturamento na refinaria de Abreu e Lima.