O relator da CPI da Petrobras, senador José Pimentel (PT-CE), negou, em nota divulgada nesta segunda-feira, ter orientado depoimentos de investigados pela comissão, em resposta a uma reportagem da revista Veja, publicada no fim de semana. O congressista apresentou dois requerimentos pedindo a investigação do caso e a cópia do vídeo que deu origem às denúncias.
A revista Veja publicou uma reportagem no fim de semana que afirma ter tido acesso um vídeo de 20 minutos de uma reunião da qual participam o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da Petrobras, Bruno Ferreira, e outra pessoa de identidade desconhecida.
A gravação, feita por um funcionário da empresa, na véspera do depoimento do ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró, apontado pela presidente Dilma Rousseff como o responsável por ter elaborado um relatório falho sobre a refinaria de Pasadena, mostra que Barrocas e Ferreira tinham acesso às perguntas que os parlamentares fariam aos depoentes, e os treinavam para respondê-las. Um "gabarito" teria sido produzido e enviado em uma ocasião para a presidente da Petrobras, Graça Foster.
Nos diálogos, o assessor da liderança do PT no Senado, Carlos Hetzel, o assessor do bloco de apoio ao governo, Marcos Rogério de Souza e o assessor da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Paulo Argenta, são citados como os autores das perguntas. José Pimentel é líder do governo no Congresso.
Na nota divulgada nesta segunda-feira, Pimentel disse que o plano de trabalho da CPI foi aprovado por unanimidade em 14 de maio, com uma relação de perguntas. Afirma também que as questões foram formuladas com base na participação de executivos da estatal em outras audiências e em documentos do Tribunal de Contas da União (TCU).
O relator pede ao presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), solicita a instauração de procedimento de apuração e para que encaminhe pedido à revista Veja para solicitar a cópia do vídeo que deu origem à reportagem.