Relator do caso André Vargas é o mesmo da cassação de Dirceu

9 abr 2014 - 17h05
(atualizado às 18h16)

O relator do processo contra o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), será o mesmo que, em 2005, pediu a cassação de José Dirceu (PT-SP) depois do escândalo do mensalão. Julio Delgado (PSB-MG) foi escolhido pelo presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PSD-SP), para cuidar do caso e já afirmou que há provas suficientes para dar prosseguimento ao processo.

O Conselho de Ética abriu nesta quarta o processo contra Vargas. A partir de agora, o petista ficará inelegível caso renuncie ao mandato. Delgado afirmou que deve apresentar, na próxima semana, parecer pela admissibilidade do processo, dando seguimento aos trabalhos no colegiado.

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Para Delgado, o caso de André Vargas levará à cassação ou absolvição. Segundo ele, pelas provas apresentadas até agora, não há como se cogitar uma suspensão ou outra medida punitiva. “Não dá para com esses fatos todos alegar que vai ter suspensão ou não. (...) Não tem uma medida alternativa aos fatos”, disse.

O relator afirmou que o caso de André Vargas deve ser mais fácil que o do então deputado José Dirceu. Ele acredita que conseguirá levar o processo do petista para o plenário da Câmara em três meses. No caso do condenado pelo mensalão, o processo de cassação se arrastou por cinco meses.

“Eu acho que três meses é um prazo bastante suficiente porque neste caso em questão temos muita prova pública e notória. A cada dia surgem novos fatos na relação de André Vargas e o doleiro. O fato de ele, na semana passada, na tribuna da Câmara ter dito que a relação ele é superficial e que não tinha nada que fosse mais profundo, a gente conhece agora que já algo mais profundo que isso”, disse.

Na semana passada, Vargas admitiu ter viajado em um avião pago pelo doleiro preso pela Operação Lava Jato, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. Mensagens trocadas pelos dois mostram que o petista articulava pela assinatura de um contrato entre a empresa Labogen, de Youssef, e o Ministério da Saúde. Vargas afirmou que conhece o doleiro há 20 anos por ser um empresário de sua cidade, Londrina (PR), e desconhecia as investigações contra ele.

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Para o relator, o caso André Vargas é similar ao do ex-senador Demóstenes Torres, cassado pela relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. "O André Vargas não fez nada de diferente do que o Demóstenes Torres fez na tribuna do Senado. 'Eu não conheço o Cachoeira, não tenho relação com ele', mas eram sócios. O André Vargas foi e falou que a relação dele era superficial, que ele pediu para a secretária pagar (o voo), que ele se arrependeu. Depois chegaram a que conclusão? Que não era nada disso", disse.

Fonte: Terra
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