Preso nesta quinta-feira (21), Michel Temer (MDB) fez um governo breve e recheado de turbulências políticas causadas por escândalos de corrupção. Ele ocupou o Planalto de 2016 ao fim de 2018, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT).
O mais célebre foi desencadeado por uma gravação de conversa com o megaempresário Joesley Batista, dono da JBS. Ficou famosa a fala “tem que manter isso, viu?”, em que o presidente supostamente consentia com a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Relembre os casos:
Delação da JBS
Em maio de 2017, o jornal O Globo publicou parte do conteúdo da delação premiada de Joesley Batista. Nela, Temer teria consentido com a compra do silêncio de Eduardo Cunha.
O material também incluía imagens de Rodrigo Rocha Loures, então assessor do Palácio do Planalto, correndo com uma mala cheia de dinheiro.
O caso foi desmembrado em duas denúncias. Marcou, na prática, o fim do governo Temer. O presidente perdeu seu capital político e não conseguiu mais tocar sua agenda de reformas – mudanças na Previdência eram discutidas já na época.
Primeira denúncia. Temer foi acusado de corrupção passiva.
Segunda denúncia. Temer foi acusado de obstrução de Justiça e integrar organização criminosa.
Como Michel Temer era presidente na época, as denúncias da Procuradoria Geral da República (PGR), então comandada por Rodrigo Janot, precisavam ter a admissibilidade aceita pela Câmara. Ou seja, o Supremo Tribunal Federal só poderia decidir se aceitaria a denúncia caso os deputados autorizassem.
Nos dois casos, a Câmara barrou os processos. As ações forma suspensas até Michel Temer deixar o poder. Depois, foram enviadas à primeira instância.
Decreto dos portos
Nos últimos dias do governo Temer, a PGR, já sob Raquel Dodge, apresentou mais uma denúncia contra o político. As acusações, dessa vez, eram corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.
A investigação, nesse caso, era sobre o Decreto dos Portos. Temer teria favorecido da Rodrimar. A empresa operava no porto de Santos, área onde Temer tinha forte influência há muitos anos.
Findo o governo Temer, o processo também foi enviado á primeira instância.
Prisão de Temer
Ainda não há informações oficiais sobre a operação que levou Temer para a cadeia nesta quinta-feira. É possível que a detenção seja por algum processo ainda desconhecida do público.