O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta terça-feira, em plenário, o nome dos 10 governistas indicados para integrar a CPI da Petrobras composta apenas por senadores. A leitura dos integrantes foi feita por pressão de governistas, enquanto parlamentares da oposição tentam priorizar uma comissão formada também por deputados.
O governo quer fazer prevalecer uma CPI apenas no Senado, onde a presidente Dilma Rousseff tem uma base de apoio mais sólida. A oposição não indicou nomes para a CPI exclusiva de senadores para tentar incluir a Câmara nas investigações, onde há governistas descontentes.
Os nomes já indicados para a CPI do Senado são: João Alberto (PMDB-MA), Valdir Raupp (PMDB-RO), Vital do Rêgo (PMDB-PB), Ciro Nogueira (PP-PI), José Pimentel (PT-CE), Aníbal Diniz (PT-AC), Humberto Costa (PT-PE), Acir Gurgacz (PDT-RO), Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP) e Gim Argelo (PTB-DF).
Antes de Renan fazer a leitura, os senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Humberto Costa (PT-PE) pressionaram o presidente do Senado a usar a prerrogativa de escolher os nomes dos faltantes. O peemedebista explicou, no entanto, que ainda há prazo para as indicações.
“Temos duas CPIs sobre o mesmo objetivo, organizadas com base em requerimento idêntico. Seria um enorme desperdício de esforços, de energias. E mais, cá entre nós, cobriria de ridículo o Congresso Nacional, porque nós temos, no plano federal, uma única Casa Legislativa, que é o Congresso Nacional, composto da Câmara e do Senado. Como é que o mesmo Congresso vai analisar o mesmo assunto com duas CPIs? Isto não tem o menor cabimento. Isto é a desmoralização do instituto da CPI, que talvez seja o que o governo busca”, disse o líder do PSDB, Aloysio Nunes. “Não se trata neste momento de inércia do PSDB, mas de uma atitude política, de uma escolha política do instrumento que, no nosso entender, é o mais adequado para abrir a caixa-preta da Petrobras”, acrescentou.