Renan critica decisão do STF e chama Bolsonaro de "maluco"

Relator da CPI da Covid repercutiu habeas corpus que garantiu ao motoboy da VTCLog o direito de não comparecer à comissão

31 ago 2021 - 13h02
(atualizado às 13h16)
Omar Aziz (centro), presidente da CPI da Covid; Randolfe Rodrigues, vice (à esq.); e o relator Renan Calheiros
Omar Aziz (centro), presidente da CPI da Covid; Randolfe Rodrigues, vice (à esq.); e o relator Renan Calheiros
Foto: Agência Senado / Estadão Conteúdo

Durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid desta terça-feira, 31, o relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), criticou decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Kássio Nunes Marques, que garantiu ao motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva o direito de não comparecer à CPI, e subiu o tom contra o presidente Jair Bolsonaro.

Em uma declaração que gerou bate-boca com a tropa de choque do governo na CPI, Renan chamou Bolsonaro de "maluco".

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"Enquanto os brasileiros morriam e o maluco do presidente da República defendia o tratamento precoce, desdenhava da eficácia das vacinas, dizia que quem tomasse vacina iria virar jacaré, que a voz do homem ia afinar a voz, que iria nascer pelo nas mulheres, quer dizer, um horror sob qualquer aspecto", declarou o relator.

Com relação à decisão de Nunes, o parlamentar se limitou a comentar que decisões como a dele "de uma forma ou de outra, (acabam) colaborando para que a impunidade se mantenha firme e forte".

Ao Broadcast Político/Estadão, nesta manhã, o relator declarou que a decisão do ministro era algo "inédito".

A cúpula da CPI também tentou ouvir a diretora-presidente da VTCLog, Andréia Lima, mas ela justificou que não poderia comparecer à CPI hoje por estar em Guarulhos (SP), despachando vacinas. Andréia ainda pode ser ouvida na quarta-feira, dia 1º.

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A VTCLog, investigada da CPI, pertence ao grupo Voetur e passou a ser investigada pela CPI devido a suspeita de irregularidades em um aditivo de R$ 18 milhões em um contrato atual com o Ministério da Saúde. A empresa é a encarregada do transporte de medicamentos e também a atual responsável pela distribuição de vacinas no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Em outros contratos, assinados em 1997 e 2003 com o Ministério da Saúde, a Voetur é suspeita de superfaturar R$ 16 milhões (em valores corrigidos). O prejuízo foi indicado em parecer da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU).

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