Renan inclui Heinze, membro da CPI, em lista de indiciados

Relator do documento final acrescentou o nome do senador por sua defesa ao chamado ‘kit-covid’

26 out 2021 - 12h21
(atualizado às 16h14)
Luiz Carlos Heinze
Luiz Carlos Heinze
Foto: Pedro França / Agência Senado

Em meio a discussões para votar o relatório final da CPI da Covid nesta terça-feira, 26, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) decidiu incluir o nome de um membro da comissão na lista de indiciados por disseminação de notícias e dados falsos. O senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) passa a constar no relatório que já tem mais de 80 nomes, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Heinze entrou na mira do relator após defender medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19.

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"O senador Heinze rescindiu aqui todos os dias, apresentando estudos falsos negados pela ciência", declarou Renan na reunião desta terça. "Por ter incitado ao crime em todos os momentos, eu queria dar um presente a vossa excelência; vossa excelência será o 81º indiciado dessa CPI".

O pedido de indiciamento partiu do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Defesa do 'kit-covid'

Durante a leitura do voto, Heinze manifestou apoio ao Conselho Federal de Medicina (CFM) pela defesa da autonomia médica durante a pandemia e afirmou que seu relatório inclui centenas de estudos sobre o uso de substâncias no tratamento da covid-19 feitas por "cientistas, não charlatões".

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"São pesquisas que o Ministério Público a Procuradoria Geral da República vai se debruçar. Não são factoides, não são narrativas", tentou argumentar.

Renan Calheiros protestou. "Depois da declaração do presidente de que vacina dá Aids, vem isso aí", criticou, citando a mentirosa declaração de Bolsonaro, que associou a vacina da covid ao vírus do HIV. A fala levou a CPI da Covid a quebrar o sigilo do presidente nas redes sociais.

Heinze ainda classificou outros integrantes da CPI como defensores de “concepções facciosas” e “ajudantes de ordem” de Renan Calheiros. O parlamentar disse que houve “muita incoerência, pressão e interrupção” nos trabalhos da comissão durante o depoimento de testemunhas entusiastas da cloroquina e do tratamento precoce, como a oncologista Nise Yamaguchi. "Ninguém é contra vacina. Não se pode confundir prevenção com tratamento. A vacina e os fármacos são complementares. Diversos senadores, inclusive, confessaram ter usado a cloroquina", provocou.

Renan inclui Heinze em lista de indiciados: "presente"
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* Com informações da Agência Senado

Fonte: Redação Terra
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