O Senado já abriu a sessão maracada para hoje (29) que deve votar, em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016, a chamada PEC do Teto de Gastos. A entrada de manifestantes nas galerias do Senado está proibida. Entretanto, uma mulher que estava na área reservada à imprensa conseguiu burlar a determinação e gritou palavras de ordem contrárias à aprovação da PEC. A proposta estabelece um teto para os gastos públicos para os próximos 20 anos.
Gláucia Morelli, da Confederação Brasileira de Mulheres, disse durante o protesto que, com a medida, "vai faltar dinheiro para a saúde e educação" e acrescentou que a proposta "tira do povo para dar a banqueiros". Ela foi retirada do plenário pela segurança da Casa. Renan suspendeu a sessão por alguns minutos e logo retomou os trabalhos. Do lado de fora do Congresso Nacional, outros grupos estão acampados em protesto à aprovação da medida.
A sessão de hoje do Senado teve início com a votação de indicação de autoridade para cargo na Insituição Financeira Independente (IFI). O objetivo é dar tempo para reunir o quórum mínimo necessário para iniciar a apreciação da PEC. Ao entrar para a sessão, Renan disse que o país está "consternado" com o acidente aéreo que matou parte da delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros em Medéllin, na Colômbia, mas disse que não há como adiar a votação da PEC.
"Nós já encerramos a discussão, vamos ter apenas encaminhamento, o que significa que nós poderemos ter um debate simplificado para apreciarmos a proposta em torno de oito ou nove horas. É a minha expectativa. Eu não tenho previsão sobre o que vai acontecer e o meu papel é conduzir esse debate com isenção para que nós tenhamos a apreciação dessa matéria, que eu considero muito importante, de forma tranquila", disse.
Sobre os protestos, Renan disse que a proibição da entrada de manifestantes leva em conta o regimento e que "a democracia tem regras". "Você pode assistir aos debates, mas não pode interferir, não pode se manifestar".