Reunião de Bolsonaro com ministros mostra 'conduta ativa' de desinformação, diz PF

Avaliação é de investigadores envolvidos na apuração das milícias digitais, cujo inquérito resultou na operação realizada nesta quinta

9 fev 2024 - 10h47
(atualizado às 11h35)
Foto: Reprodução: Redes Sociais

O vídeo da reunião realizada em 5 de julho de 2022, convocada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) e que contou com a presença de ministros durante um ano eleitoral, é considerado uma instigação à disseminação de desinformação. Conforme informações da jornalista Camila Bomfim, da GloboNews, a avaliação é de investigadores envolvidos na apuração das milícias digitais, cujo inquérito resultou na operação realizada na última quinta-feira, 8, e que teve como alvos Bolsonaro, militares e pessoas ligadas ao ex-presidente.

"A reunião também teve como finalidade cobrar dos presentes conduta ativa na promoção da ilegal desinformação e ataques à Justiça Eleitoral: promoção e a difusão, em cada uma de suas respectivas áreas, desinformações quanto à lisura do sistema de votação, utilizando a estrutura do Estado brasileiro para fins ilícitos e desgarrados do interesse público", diz a investigação.

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Ainda de acordo com a PF, essa narrativa serviu como um dos elementos essenciais para manter mobilizadas os acampamentos em frente às instalações militares, após a derrota nas eleições de 2022. Essa mobilização tinha como objetivo dar a falsa percepção de apoio popular, pressionando integrantes das Forças Armadas a aderirem ao que a PF chama de "Golpe de Estado em andamento".

Participaram da reunião as seguintes autoridades:

  • Jair Bolsonaro;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Paulo Sergio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Mário Fernandes, então chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República;
  • Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil e futuro candidato a vice-presidente da República.

Crítica a "traíras"

Na reunião realizada em 5 de julho de 2022, que contou com a presença de ministros do governo, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou ex-auxiliares, referindo-se a eles como "traíras". Emmbora não os tenha mencionado nominalmente, o ex-presidente citou que um desses "traíras" é militar.

"Olha os traíras que já passaram pelo nosso governo, inclusive, militares. Tem um militar aí, general, que tinha interesse em compra de armamento em Israel através do respectivo filho, vira inimigo mortal da gente. Olha o outro que foi, aqui, porta-voz. Ficou um ano sem fazer porra nenhuma aqui, porque eu acabei com a figura do porta-voz, mas quando ele foi embora, não interessa o motivo, virou grande escritor de jornal para sacanear a gente", afirmou Bolsonaro.

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Fonte: Redação Terra
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