Escolhido para assumir interinamente o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli disse que recebeu uma ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para renovar e despolitizar o órgão. Caeppeli passou a responder pelo GSI depois da divulgação de imagens que mostram possível envolvimento do ex-chefe da pasta, general Gonçalves Dias, no ataque golpista de 8 de janeiro.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Cappelli não especificou qual será o alcance da renovação no órgão, mas disse que as trocas no gabinete serão feitas independentemente dos vídeos.
"A principal pedida do presidente foi acelerar a renovação [substituição de membros do gabinete], isso vai estar em curso na semana que vem", disse Cappelli.
O GSI tem cerca de 800 militares e o general Gonçalves Dias, que pediu demissão do cargo após aparecer nas gravações, já havia trocado cerca de 35% do total do contingente, de acordo com o ministro interino. Segundo a Folha, integrantes do governo reforçam a tese de que há muitos fardados apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) no gabinete, que podem ter sido omissos ou facilitado a atuação dos invasores dos Três Poderes.
Ações concretas
Em uma das primeiras ações à frente da pasta, Cappelli mandou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma relação de 10 nomes de agentes do GSI que aparecem nos vídeos que seriam da data do ataque, após determinação do ministro Alexandre de Moraes.
A lista enviada à corte tem o nome dos funcionários do GSI e o detalhamento sobre se eles já foram ouvidos na sindicância interna ou no inquérito conduzido pela Polícia Federal para apurar a conduta do órgão no dia 8 de janeiro. A investigação interna tem previsão de encerramento até 26 de maio, mas Cappelli diz que pretende acelerá-la.