Em tom de despedida do governo do Estado do Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral disse que acordou a presidente Dilma Rousseff de madrugada para pedir ajuda para ocupar o complexo de favelas da Maré com apoio do Exército.
Cabral, que deve se candidatar ao Senado, deixa o governo nesta quinta-feira, quando o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Paulo Melo, vai ler a carta de renúncia do governador. Na sexta-feira, o vice-presidente Luiz Fernando Pezão será empossado em ato na Alerj.
Nesta quarta-feira, na cerimônia de assinatura da concessão do aeroporto Galeão, com a presença da presidente Dilma Rousseff, Cabral fez longos agradecimentos ao governo federal e aproveitou para ressaltar conquistas de seu governo.
Segundo ele, há dez dias, Dilma demonstrou “seu amor ao povo do Rio” atendendo ao pedido de ajuda por tropas federais. "Numa quinta-feira de madrugada, liguei para o Palácio e a senhora atendeu, cansada após dois dias de viagem. Fomos ao encontro da senhora e já na segunda-feira estávamos reunidos”, disse Cabral.
Em seu discurso, Cabral relembrou ações “estruturantes” realizadas durante seu governo, como a atração de grandes empresas que decidiram construir fábricas no estado, como montadoras de veículos e siderúrgicas. Além disso, citou a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016, que acontecerão no Rio, e melhorias em transportes. “Vamos chegar a 2016 com 65% dos moradores se locomovendo por transporte de qualidade, hoje é 35%. A senhora participou diretamente disso”, afirmou Cabral.
A presidente Dilma Rousseff também enalteceu a parceria de seu governo com o de Cabral. “É sempre um desafio expor toda a nossa parceria. Ela tem muitos aspectos. Como transmitir resultados de uma parceria de sucesso com o governo do estado, a prefeitura e o melhor prefeito do mundo? Com perdão a todos os demais prefeitos, mas ele insiste e a gente tem que concordar mesmo com ele”, afirmou Dilma, elogiando também o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Dilma disse, ainda, que o vice-governador Pezão, pré-candidato do PMDB ao governo do Rio, tem sido um parceiro “inigualável”. Pezão não discursou na cerimônia. O pré-candidato do PT ao governo, senador Lindbergh Farias, não participou do ato no Galeão.