O ex-policial Ronnie Lessa foi ouvido pela segunda vez nesta quarta-feira, 28, em sessão virtual pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é réu confesso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018. O ex-policial firmou delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
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"Quanto mais sangue rolava no Rio, mais dinheiro o Rivaldo Barbosa botava no bolso", declarou sobre o delegado investigado no caso. Rivaldo Barbosa comandava a Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio de Janeiro e, segundo Lessa, estava responsável por atrapalhar as investigações do caso de Marielle.
De acordo com o réu, ele e o ex-PM Edmilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, ficariam milionários pelo assassinato de Marielle. "Era no assassinato da Marielle que a gente ficaria milionário: eu colocaria R$ 25 milhões no bolso e o Macalé outros R$ 25 milhões", disse.
O esquema estava assegurado pelo então chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, que "passaria a mão" no crime.
Segundo Lessa, o acordo com o delegado já estava "pré-pago" pelos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão. Eles, que são apontados como mandantes do crime, estão presos preventivamente desde março deste ano.
No depoimento, o ex-policial afirmou que ficou surpreso com a reação de Rivaldo Barbosa no dia seguinte após a morte de Marielle e Anderson.
"Eu atirei na Marielle. No dia seguinte não tinha fome (...) e vi o Rivaldo abraçando a mãe dela. Aquilo causou náusea em quem atirou", disse.
Ele argumentou, ainda, que o delegado precisa ser "estudado" porque a "mente dele é voltada para o mal". "Aquilo é a personificação da indiferença, do mal. Conseguiu causar náusea em quem atirou. Quem matou fui eu", completou.