A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta quinta-feira que o agora ex-titular do Meio Ambiente Ricardo Salles deixa um legado após um "bom trabalho" de dois anos e seis meses no governo do presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista à CNN Brasil, a ministra afirmou que Salles, que pediu demissão na véspera, cumpriu seu trabalho em uma pasta "muito difícil", acrescentando ainda que a agricultura não pode ser vista como vilã do meio ambiente.
Demissão de Salles
A demissão de Salles aconteceu em meio às investigações sobre a suposta participação do ex-ministro em esquemas para a exportação de madeira ilegal, bem como pressão de organismos internacionais para que o País reveja a política de combate ao desmatamento. A gestão de Salles à frente da pasta foi marcada pelo desmonte de órgão de fiscalização ambiental e sucessivos recordes no avanço do desmatamento.
Salles afirmou que pediu demissão do cargo para que, de forma "mais serena possível", o País alcance "uma união muito forte de interesses, de anseios e esforços".
Na última semana, negociações bilaterais sobre questões ambientais entre Brasil e Estados Unidos foram suspensas, o que acendeu o "sinal amarelo" entre autoridades e parlamentares para os riscos de sanções econômicas. Para a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Kátia Abreu (PP-TO), o congelamento das conversas tem relação com as investigações contra o ex-ministro e com a paralisia no combate ao desmatamento.