'Se Deus quiser, vou continuar meu mandato', diz Bolsonaro

Afirmação foi feita em conversa do presidente com apoiadores no Palácio da Alvorada

21 jan 2021 - 08h22
(atualizado às 08h48)

Com a crescente pressão nas redes sociais e no meio político para que o Congresso abra um processo de impeachment, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, 20, que "se Deus quiser" vai permanecer no cargo até 2022. Até agora, há 61 pedidos de impeachment contra Bolsonaro protocolados na Câmara.

Presidente Jair Bolsonaro se reúne com apoiadores
Presidente Jair Bolsonaro se reúne com apoiadores
Foto: iShoot Photography / Futura Press

"Se Deus quiser vou continuar meu mandato e, em 2022, o pessoal (que) escolha. Tem muita gente boa para escolher", afirmou o presidente, em conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada. "Espero que os bons se candidatem também, para não deixar os mesmos de candidatos."

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A afirmação foi feita após perguntas de eleitores sobre a trágica situação de Manaus, onde pacientes com covid-19 morreram por falta de oxigênio nos hospitais. "Agora o problema lá é mais grave que no resto do Brasil. Geralmente, a rede pública lá, de hospital, sempre esteve cheia, 90%, 95%, e as cirurgias estão sendo adiadas", disse Bolsonaro. "Então, a pessoa que podia ter um tratamento preventivo lá atrás não vai (ao hospital) porque não tem atendimento e, quando agrava a doença, ela vai e junta com a pessoa que está com covid. Daí vem o caos."

Apesar de afirmar que a situação de Manaus é mais grave, Bolsonaro observou depois que "o caos não é só lá". Disse, ainda, que "parece" que em uma cidade do interior do Amazonas havia começado a aparecer o mesmo problema. Foi quando um eleitor o lembrou que em Coari (AM), a 450 quilômetros de Manaus, sete pessoas também morreram porque não havia oxigênio.

Na semana passada, partidos de oposição anunciaram que vão protocolar, nos próximos dias, um novo pedido de impeachment contra Bolsonaro, sob o argumento de que ele cometeu "crimes de responsabilidade em série" na condução da pandemia do coronavírus.

Aos apoiadores, o presidente disse que o governo tem agido para minimizar a crise no Amazonas. "Quando nós fomos notificados do problema, dois dias depois o Pazuello (Eduardo Pazuello, ministro da Saúde) esteve lá, ficou três dias. Ele acionou toda estrutura da Força Aérea, levamos oxigênio para a região de balsa, de avião. Fizemos todo o possível", justificou.

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Os eleitores de Bolsonaro concordaram, mas relataram casos sobre a triste situação de Manaus. "Olha, tem o governo federal, os estaduais e municipais. É compartilhado. Nós aqui fazemos tudo o que é possível. Quando é solicitado, nós atendemos", disse. Logo depois, afirmou haver "uma diferença enorme entre o que acontecia no passado e o que acontece hoje em dia", citando, mais uma vez, o PT, partido com o qual rivaliza na cena política.

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