Segurança em frente ao prédio de Cabral é reforçada após protestos

5 jul 2013 - 09h31
(atualizado às 10h03)
<p>Manifestantes e policiais se enfrentaram na noite desta quinta-feira</p>
Manifestantes e policiais se enfrentaram na noite desta quinta-feira
Foto: Mauro Pimentel / Terra

A Polícia Militar reforçou nesta sexta-feira a segurança em frente à casa do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, depois que um protesto terminou nesta madrugada com enfrentamentos entre as autoridades e os manifestantes.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

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Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas em todo o País

O protesto, reivindicando melhorias nos serviços públicos, começou de forma pacífica na noite de ontem, quando centenas de pessoas ficaram na Avenida Delfim Moreira, em frente ao prédio do governador, no Leblon.

Os manifestantes pediram insistentemente a renúncia de Cabral, responsável pela Polícia Militar, que foi muito criticada pela repressão violenta das manifestações ocorridas nas três últimas semanas. Também protestaram contra a decisão policial de despejar um pequeno grupo de manifestantes que permaneceu acampado frente à residência de Cabral durante dez dias.

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Nesta madrugada, quando o protesto ainda persistia, houve vários conflitos e a polícia reprimiu os manifestantes com o uso de gás lacrimogêneo. Após os incidentes, as autoridades decidiram interromper o trânsito em frente à casa de Cabral, que hoje amanheceu guardada por dez viaturas da polícia.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

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O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

  
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