Sem Moro, governo perderia apoio, dizem aliados do ministro

'O suporte do governo está ancorado em Paulo Guedes e Moro. Deixar com uma perna só vai bambear', diz o senador Major Olimpio (PSL)

23 abr 2020 - 16h58
(atualizado às 17h10)
Presidente da República, Jair Bolsonaro, e o Ministro de Estado da Segurança Pública, Sérgio Moro, durante solenidade de assinatura da MP para Confisco de Bens de Traficantes, em junho de 2019
Presidente da República, Jair Bolsonaro, e o Ministro de Estado da Segurança Pública, Sérgio Moro, durante solenidade de assinatura da MP para Confisco de Bens de Traficantes, em junho de 2019
Foto: Carolina Antunes/PR / BBC News Brasil

BRASÍLIA - O aviso do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, de que poderia deixar o governo se o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, for demitido levou aliados do chefe da pasta no Congresso à reação.

Para esses parlamentares, o ministro não tem razão para ficar no cargo se o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, for substituído. Além disso, segundo eles, o governo perderia um elo de sustentação no Congresso.

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Congressistas "moristas" pressionam o presidente Jair Bolsonaro a recuar da troca na PF. "Vai ficar uma situação muito difícil se ele (Jair Bolsonaro) insistir nessa troca. É mais do que motivo para isso (demissão de Moro). Não tem por que estar no cargo", afirmou o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP).

Atualmente, Moro conta com apoio de uma ala do Congresso para pautas como a prisão após condenação em segunda instância e medidas do pacote anticrime que ficaram de fora do projeto aprovado no ano passado. "O suporte do governo como um todo está ancorado em Paulo Guedes e Sérgio Moro. Deixar com uma perna só vai bambear", comentou Olimpio.

Governistas tentam afastar a tese de conflito entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-juiz da Lava Jato na esperança de que a demissão não se concretize. "Se isso acontecer (troca na PF), não é uma crise entre Bolsonaro e Moro", disse o senador Marcio Bittar (MDB-AC), vice-líder do governo no Congresso e aliado do ministro.

Na Câmara, o presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública, Capitão Augusto (PL-SP), afirmou que uma reunião da bancada agendada para a próxima terça-feira (28), que foi confirmada mesmo após o aviso de Moro.

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