BRASÍLIA - O aviso do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, de que poderia deixar o governo se o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, for demitido levou aliados do chefe da pasta no Congresso à reação.
Para esses parlamentares, o ministro não tem razão para ficar no cargo se o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, for substituído. Além disso, segundo eles, o governo perderia um elo de sustentação no Congresso.
Congressistas "moristas" pressionam o presidente Jair Bolsonaro a recuar da troca na PF. "Vai ficar uma situação muito difícil se ele (Jair Bolsonaro) insistir nessa troca. É mais do que motivo para isso (demissão de Moro). Não tem por que estar no cargo", afirmou o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP).
Atualmente, Moro conta com apoio de uma ala do Congresso para pautas como a prisão após condenação em segunda instância e medidas do pacote anticrime que ficaram de fora do projeto aprovado no ano passado. "O suporte do governo como um todo está ancorado em Paulo Guedes e Sérgio Moro. Deixar com uma perna só vai bambear", comentou Olimpio.
Governistas tentam afastar a tese de conflito entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-juiz da Lava Jato na esperança de que a demissão não se concretize. "Se isso acontecer (troca na PF), não é uma crise entre Bolsonaro e Moro", disse o senador Marcio Bittar (MDB-AC), vice-líder do governo no Congresso e aliado do ministro.
Na Câmara, o presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública, Capitão Augusto (PL-SP), afirmou que uma reunião da bancada agendada para a próxima terça-feira (28), que foi confirmada mesmo após o aviso de Moro.