Na tarde desta terça-feira (6), os senadores Fernando Bezerra e Marcos Rogério, ambos da tropa de choque de Jair Bolsonaro na CPI da Covid, questionaram o presidente da comissão, senador Omar Aziz, pelo vazamento de informações para a Globo.
No domingo (4), o Fantástico deu o 'furo': exibiu em primeira mão trechos de mensagens do celular do policial militar Luiz Paulo Dominghetti sobre negociação do Ministério da Saúde para a compra de vacinas AstraZeneca oferecidas pela empresa Davati Medical Supply, sediada nos Estados Unidos. No dia seguinte, os telejornais da Globo e da GloboNews repercutiram a exclusividade.
Durante seu depoimento, transmitido ao vivo por algumas emissoras de TV, Dominghetti abriu mão do sigilo e entregou o aparelho celular à CPI. Na sessão de hoje, senadores governistas argumentaram que o conteúdo acessado pela comissão estaria sob sigilo e não poderia ser repassado à imprensa.
Em resposta, o senador de oposição Fabiano Contarato, que é professor de direito e delegado de polícia, afirmou que não há sigilo decretado, apenas a posse do dispositivo para a análise da CPI.
Ficou evidente que os senadores que apoiam Bolsonaro não querem que o jornalismo da Globo seja privilegiado com informações da investigação que apura supostas irregularidades do governo na gestão da pandemia no Brasil.