O senador Fernando Collor (PTB-AL) foi homenageado nesta quinta-feira em ato solene para marcar a fixação de seu retrato na galeria de ex-presidentes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado. Durante o ato, o senador Osvaldo Sobrinho (PTB-MT) relembrou o período em que Collor - que renunciou à Presidencia após a Câmara dos Deputados aprovar seu impeachment em setembro de 1992 - foi presidente do Brasil, e afirmou que o parlamentar “conseguiu balançar esse País”, o tirando da letargia. As informações são da Agência Senado.
“Vossa excelência conseguiu balançar esse País e fazer com que ele saísse da letargia em que estava vivendo (à época)”, disse Sobrinho.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) lembrou frase de Collor que traduziu o atraso da indústria nacional protegida da concorrência externa e que se tornou conhecida, em que associou os carros nacionais a “carroças”.
Luiz Henrique (PMDB-SC) observou que alguns homens ocupam posições públicas e passam, outros ficam na memória do povo, como no caso de Collor, na sua opinião.
De acordo com Francisco Dornelles (PP-RJ), pelo trabalho realizado durante seu mandato na CRE, entre 2011 e 2012, Collor simbolicamente continua presidente da comissão. O atual presidente, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), apoiou.
Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que, na presidência da CRE, Collor imprimiu ritmo aos trabalhos e uma disciplina que motivou todos os membros da comissão a atuar com maior “afinco, responsabilidade e dedicação”.
Suplicy surpreende com pedido sobre informações de viagem à África
Em seguida, Suplicy surpreendeu ao pedir a Collor que comentasse as conversas entre os quatro ex-presidentes da República - José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva - e a atual, Dilma Rousseff, durante a viagem à África do Sul, para o funeral de Mandela. De acordo com Suplicy, essa reunião, teria sido inspirada pelo “espírito de Mandela”.
“Por mim, ninguém jamais ficará sabendo”, respondeu Collor, provocando risos.
Mesmo com essa resposta, ele disse que a reunião dos ex-presidentes com Dilma foi um sinal claro que tem muito a ver com a história de Mandela, marcada por gestos de conciliação. Observou que ali estavam políticos que disputaram eleições e que tiveram momentos de distanciamento.
“Cada um carrega em si uma experiência e uma parte da história deste País, e a troca de ideias, de forma aberta e franca, foi extremamente importante para o futuro das relações políticas do País”, disse Collor.
O senador rememorou ainda que Mandela já era um ícone quando ele próprio se elegeu presidente, aos 40 anos, depois do período de 21 anos sem eleições presidenciais no Brasil. Depois, já no cargo, registrou que recebeu Mandela em visita de Estado.