Um grupo de senadores decidiu acionar o Conselho de Ética do Senado para investigar Chico Rodrigues (DEM-RR), vice-líder do governo na Casa flagrado com dinheiro na cueca pela Polícia Federal na quarta-feira, 14. A representação será protocolada na próxima terça-feira, 20. Em outra frente, o DEM avalia punir o senador do partido.
A denúncia por quebra de decoro será assinada por Styvenson Valentim (Podemos-AC), Jorge Kajuru (Cidadania-GO), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Lasier Martins (Podemos-RS), integrantes do "Muda, Senado" e da ala defensora da Operação Lava Jato no Congresso.
Em nota, o DEM informou que determinou uma apuração pelo departamento jurídico do partido para acompanhar os desdobramentos da investigação. "Estamos atentos a todos os detalhes da investigação e, havendo a comprovação da prática de atos ilícitos pelo parlamentar, a Executiva Nacional aplicará as sanções disciplinares previstas no Estatuto do partido", diz a nota da legenda.
O estatuto do partido prevê afastamento ou até mesmo expulsão como medida disciplinar para casos como improbidade no cargo público dos filiados, atividade política contrária ao Estado de Direito, ao Regime Democrático e aos interesses partidários e falta de exação no cumprimento dos deveres públicos.
Na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro tentou se desvincular das acusações envolvendo o senador. "Alguns acham que toda a corrupção tem a ver com o governo. Não. Nós destinamos aí dezenas de bilhões para Estados e municípios, tem as emendas parlamentares também e, de vez em quando, não é muito raro, a pessoa faz uma malversação desse recurso. Agora, a CGU (Controladoria-Geral da União) está de olho, a nossa Polícia Federal está de olho e tomamos decisões", afirmou o presidente, que já disse ter "quase uma relação estável" com o senador.