A investigação da Polícia Federal sobre um esquema criminoso de fraude em carteiras de vacinação contra a covid-19 envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, aponta para uma nova informação, agora sobre Duque de Caxias, cidade no Rio de Janeiro.
Em depoimento às autoridades, uma servidora do município disse que era coagida a passar a senha para inserção de dados de carteiras de vacinação, e dessa forma era feita a adulteração dos dados. As apreensões feitas no Rio chegam a Brasília nesta quinta-feira, 4.
Segundo informações da TV Globo, o material encontrado nos endereços dos alvos da operação será analisado pelos investigadores. Entre os objetos, estão os celulares do ex-presidente e do tenente-coronel Mauro Cid, entre outros.
A PF informou que foram servidores da Prefeitura de Duque de Caxias que inseriram no Sistema Único de Saúde (SUS) os dados falsos de vacinação de Bolsonaro, de sua filha Laura, de dois assessores e do deputado Gutemberg Reis (MDB).
Na quarta-feira, 3, Bolsonaro afirmou à imprensa que ele e sua filha não se vacinaram contra a covid-19. Mesmo assim, no sistema da Rede Nacional de Dados em Saúde, constam duas doses da Pfizer para cada um.
Ainda segundo a reportagem da TV Globo, Bolsonaro teria tomado a 1ª dose em 13 de agosto de 2022, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, e a 2ª dose no mesmo lugar, em 14 de outubro de 2022. Laura Bolsonaro teria sido vacinada nos dias 24 de julho de 2022 e em 13 de agosto de 2022, também em Duque de Caxias.
Os dados constam no ConecteSUS, segundo a PF, mas foram inseridos em 21 de dezembro pelo ex-secretário de Saúde na época e atual secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha.
Só em 2022, ele fez mais de 60 inserções de dados de vacinação contra a covid-19 no sistema, de acordo com informações do Ministério. Ele foi um dos presos na Operação Venire, da PF, nesta quarta-feira.
Uma semana depois, os dados incluídos referentes a Bolsonaro e a filha, foram excluídos. A ação teria sido feita por uma pessoa ligada à administração municipal, a chefe da Central de Vacinas de Caxias, Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva. Ela alegou que tratou-se de um "erro".