Silvio Almeida promete lutar contra o assédio e valorização dos servidores em discurso de posse, mas é alvo de denúncias de assédio sexual contra mulheres.
Em seu discurso de posse no Ministério dos Direitos Humanos, em 3 de janeiro de 2023, Silvio Almeida prometeu lutar contra o assédio e valorização dos servidores. "Trabalharemos pela valorização dos servidores, pelo combate a todo tipo de assédio e para que vocês (os servidores) sejam reconhecidos", disse ele na ocasião.
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O ministro dos Direitos Humanos é alvo de denúncias de assédio sexual contra mulheres, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. De acordo com a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, ela teria relatado assédio por parte de Almeida para integrantes do governo em junho deste ano.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tomou a decisão de tirar de seu governo o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, após surgirem denúncias de assédio sexual contra mulheres. Agora, ministros do governo estão empenhados em persuadir Almeida a renunciar ao cargo ainda nesta sexta-feira, 6, na tentativa de conter a crise política. As informações são da repórter Vera Rosa, do Estadão.
No Palácio do Planalto, a percepção é de que o governo está enfrentando desgaste público há 24 horas, desde que surgiram as acusações de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, e é necessário tomar medidas rapidamente.
Denúncias
Na quinta-feira, 5, o Metrópoles publicou que denúncias foram feitas à organização Me Too -- que apoia vítimas de violência sexual -- contra o chefe do MDH. A ONG confirmou o caso e afirmou que as vítimas permitiram a divulgação, por terem enfrentado “dificuldades para obter apoio institucional para a validação de suas denúncias”, além de já terem recebido atendimento jurídico e psicológico.
“A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”, escreveu em nota.
Por meio de nota oficial, Silvio Almeida negou as acusações e afirmou que as denúncias não são baseadas em provas. Ele também explicou que encaminhará o caso para quem uma "apuração cuidadosa" seja feita.
“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. [...] Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro. [...] Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso [...]”, escreveu.