O partido Solidariedade lançou nesta quinta-feira uma campanha popular para recolher um milhão de assinaturas pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. A ideia do partido, que busca pareceres de juristas, é aproveitar as manifestações do próximo domingo para obter apoio ao processo.
“Estamos convencidos de que a presidente Dilma não tem mais condição de tocar o Brasil”, disse o presidente do partido, deputado Paulinho da Força (PT-SP). Para o partido, a presidente precisa ser retirada do cargo por causa do cenário de inflação elevada, baixo crescimento e crise política.
O oposicionista Solidariedade é o primeiro partido a apoiar formalmente a tese de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A coleta de assinaturas será feita por meio de formulários em papel e online. Alcançado 1 milhão de apoiadores (cerca de 1% do eleitorado brasileiro), o partido se compromete a apresentar o pedido ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por dar andamento ou não ao processo.
Para sustentar a tese de impeachment, Paulinho já dispõe de um parecer do jurista Ives Gandra Martins e deve receber ainda a análise de Adilson Dallari, Cássio Mesquita de Barros, Modesto Carvalhosa e Sérgio Ferraz. Mesmo sem ter em mãos a opinião dos outros quatro especialistas, Paulinho garante que todos vão apoiar a tese e vai em busca de outros juristas. “Vou trazer só o parecer que for favorável. Não sou maluco, ué.”
Paulinho da Força rejeitou a tese de que o pedido de impeachment seja uma tentativa de golpe. “O impeachment faz parte da democracia. Já tivemos um presidente que foi cassado (Fernando Henrique Cardoso). É para salvar a democracia que estamos fazendo isso”, opinou.
Questionado se o Solidariedade pediria o impeachment de toda a chapa, incluindo o vice-presidente Michel Temer, Paulinho negou. Nesse momento, um dos parlamentares da legenda, o corregedor da Câmara, Carlos Manato (SD-ES), questionou se não haveria novas eleições em caso de cassação antes de dois anos.
Para Paulinho, a situação de Dilma é pior que a de Collor, que sofreu um impeachment em 1992. “Na época do Collor, tinha umas certas denúncias e no final acabaram cassando por uma (Fiat) Elba, que custava R$ 9,5 mil. No caso da Petrobras, segundo Pedro Barusco, só o tesoureiro do PT levou US$ 200 milhões”, disse.