O secretário municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, pagou mais de R$ 200 mil para financiar a campanha a deputado estadual de Luiz Moura (PT) em 2010, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo. O parlamentar, que atua na área de transportes coletivos da capital, foi flagrado pela polícia em um encontro com integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), na sede da Transcooper, cooperativa da qual faz parte.
Segundo o jornal, Tatto fez 23 doações à campanha de Moura, no valor de R$ 201 mil no total. Procurado pelo jornal, o secretário informou que sua resposta era a mesma enviada na quinta-feira pela Secretaria de Transportes. "A relação política que o secretário Jilmar Tatto tem com o deputado Luiz Moura ocorre no âmbito institucional e democrático, da mesma forma que com os demais parlamentares do PT e de outras legendas", disse a nota.
Segundo investigações da Polícia Civil, o deputado participou de uma reunião, em março, em que estavam presentes ao menos 13 membros da facção criminosa PCC. Moura, porém, negou em entrevista que soubesse da presença de criminosos.
"Estava prestando um serviço à população (...). O que estão tentando atribuir à mim é perseguição política", disse o deputado, em entrevista à TV Bandeirantes. Ainda de acordo com o jornal, entre os suspeitos do PCC no encontro, estava um dos ladrões do Banco Central no Ceará, em 2005 - solto por ordem da Justiça.
Dos 13 membros da facção, 11 não tinham ônibus ou ligação formal com a cooperativa. A polícia chegou à reunião quando investigava uma série de atentados a ônibus ocorridos na cidade. O petista disse que o encontro tinha como objetivo impedir uma greve.