A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o agora ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles entregue seu passaporte para a Polícia Federal, evitando, dessa forma, que ele deixe o País. As informações são da coluna de Mônica Bergamo à Folha de S. Paulo.
Cármen Lúcia acatou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) que argumentava a necessidade de uma medida como essa para preservar as investigações da qual Salles é alvo.
Os advogados do ex-ministro informam que a ordem será cumprida, mas criticaram a decisão. "Uma vez exonerado do cargo de ministro, ele não deveria mais estar sob a jurisdição do STF, já que perdeu o foro privilegiado", diz o advogado Roberto Podval, que representa o ex-ministro.
Na quarta-feira, 23, Ricardo Salles pediu demissão da pasta após uma gestão marcada por polêmicas e acusações. Ele é investigado pelo próprio STF em um inquérito que apura se ele tentou atrapalhar as investigações sobre apreensão de madeira. Ele nega ter cometido irregularidades.
Em maio, o ministro Alexandre de Moraes, também do STF, já havia autorizado a PF a fazer busca e apreensão contra Salles na operação Akuanduba, por suspeita de facilitação à exportação ilegal de madeira do Brasil para Estados Unidos e Europa.
Na quinta-feira, 24, Moraes autorizou o envio do celular entregue à PF por Salles para os Estados Unidos para que o aparelho seja desbloqueado e os investigadores consigam ter acesso aos dados. O órgão apura crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando, praticados por agentes públicos e empresários.
Em seu lugar, o presidente nomeou Joaquim Álvaro Pereira Leite, que até então ocupava o cargo de secretário da Amazônia e Serviços Ambientais do ministério.
* Com informações da Ansa