Surto de virose no Guarujá gera críticas de deputados do PL e PSOL à Sabesp

Apesar de partidos terem ideologias opostas, crise no litoral paulista uniu legendas em busca de soluções

7 jan 2025 - 13h28
(atualizado às 13h47)
Vazamento de esgoto na Praia da Enseada, em Guarujá (SP)
Vazamento de esgoto na Praia da Enseada, em Guarujá (SP)
Foto: Reprodução/TV Tribuna / Perfil Brasil

Deputados do PL e do PSOL se uniram em críticas à Sabesp após a Prefeitura do Guarujá levantar a suspeita de que um vazamento na rede de esgoto da concessionária pode estar ligado ao aumento de casos de gastroenterocolite aguda no litoral paulista. A empresa, no entanto, nega qualquer ligação com o surto da doença, também conhecida popularmente como “virose”.

O deputado estadual Tenente Coimbra (PL) enviou um ofício à Secretaria Estadual de Meio Ambiente pedindo que o governo avalie as condições ambientais e sanitárias do litoral. No documento, Coimbra classificou como "inadmissível" o despejo clandestino de esgoto no mar do Guarujá, confirmado pela própria Sabesp.

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O ofício dirigido à secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, diz que as unidades de saúde estão sobrecarregadas em Guarujá e Praia Grande. “A situação torna-se ainda mais preocupante diante da confirmação, pela Sabesp, de um extravasamento de esgoto na Praia da Enseada, ocorrido no último dia 2 de janeiro”, diz o documento, ao qual o Terra teve acesso.

O deputado estadual Tenente Coimbra (PL-SP)
Foto: Divulgação/Alesp

“Apesar de a companhia negar qualquer relação direta entre o vazamento e o aumento dos casos de virose, a possibilidade de causalidade não pode ser descartada sem uma investigação criteriosa”, completou o deputado estadual do PL.

Em seguida, ele cobra uma intervenção junto à Sabesp para que sejam investigados despejos irregulares de esgoto em praias; que sejam avaliados os impactos ambientais e sanitários do extravasamento na Praia da Enseada; e requer informações sobre medidas para prevenir novos episódios de vazamento de esgoto.

Deputada Federal cobra respostas

Já a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou na última sexta-feira, 3, a Sabesp, a Cetesb e a Secretaria de Saúde do Estado. Em seu ofício, Hilton solicitou esclarecimentos sobre o aumento dos casos de virose, cobrando informações sobre as ações para assegurar a qualidade da água e o monitoramento dos atendimentos médicos relacionados.

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No documento, a deputada cobra esclarecimentos sobre quais medidas estão sendo tomadas para garantir a qualidade e potabilidade da água distribuída, balneabilidade das águas marinhas aos banhistas e monitoramento dos altos índices de casos e atendimento de viroses em cidades do Litoral Sul de São Paulo.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL)
Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

“A possibilidade de existência de uma causa extrasazonal deve ser vista com preocupação pelas autoridades públicas, especialmente as autoridades de saúde e de saneamento, assim como os prestadores dos serviços de água e esgoto. E uma possível omissão ou falha nos serviços prestados, tanto pela SABESP e CETESB, quanto pela Secretaria de Saúde, aponta para a necessidade urgente de apuração de condutas e responsabilidades, além da adoção de medidas corretivas, com o objetivo de proteger a saúde da população e evitar novos surtos”, diz o ofício assinado pela deputada federal Erika Hilton.

Ela ainda cobra medidas relacionadas à análise da qualidade da água distribuída, falhas no sistema de tratamento e distribuição de água, tratamento de esgoto, e o monitoramento do surto de virose na região da Baixada Santista.

O que diz a Sabesp

Em nota, a Sabesp afirmou que o surto de virose não tem relação com suas operações. A empresa destacou que não identificou nenhum problema em sua rede que pudesse ter impactado as praias do Guarujá ou outras localidades do litoral paulista. Leia a seguir.

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“A Sabesp informa que o surto de virose não tem relação com a operação da empresa. Não foi identificado qualquer problema em sua rede que possa ter atingido as praias do Guarujá ou qualquer outra do litoral paulista. Os sistemas de água e esgoto da Baixada Santista estão operando normalmente e são monitorados 24 horas por dia. A Companhia ainda não foi notificada pela Prefeitura da cidade, mas, de toda forma, já prestou os devidos esclarecimentos à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Cabe lembrar que o município possui cerca de 45 mil imóveis irregulares, cujo despejo de esgoto pode estar sendo realizado em galerias de águas pluviais, o que afetaria a balneabilidade das praias. Isso porque as redes municipais de águas das chuvas, que devem ser fiscalizadas pela prefeitura, desembocam no mar.”

O Terra procurou a Prefeitura de Guarujá para um posicionamento, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Fonte: Redação Terra
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