O Partido Socialista Brasileiro (PSB) oficializou neste sábado, 27, a candidatura da deputada federal Tabata Amaral à Prefeitura de São Paulo. Conforme antecipado pelo Estadão, a escolha do candidato a vice-prefeito foi adiada e será definida pela Executiva do partido. A expectativa é de que o nome escolhido seja do próprio PSB, embora uma aliança de última hora com o PSDB também não esteja descartada.
A convenção do PSB, realizada na quadra da escola de samba Rosas de Ouro, na zona norte, contou com a presença de lideranças nacionais do partido. Entre os presentes estavam o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e o prefeito de Recife, João Campos, que é namorado de Tabata.
Como praxe em convenções partidárias, a reunião que homologou a candidatura de Tabata Amaral ocorreu em espaço reservado, enquanto a militância da sigla aguardava o discurso das autoridades. O encontro também aprovou a chapa de vereadores do PSB, que vai lançar 56 candidatos à Câmara Municipal.
Vice em aberto
A convenção do PSB ocorreu simultaneamente à do PSDB na manhã deste sábado, 27, que na véspera homologou o apresentador José Luiz Datena como candidato à Prefeitura. A confirmação do jornalista na disputa frustra os planos de Tabata, que esperava contar com o apoio dos tucanos. Com o PSDB ao seu lado, ela não só teria mais tempo de propaganda em rádio e TV, como também a expertise de uma sigla que já governou a maior cidade do País.
Embora a candidatura de Datena tenha sido homologada, ainda não é certo que o apresentador estará nas urnas nas eleições de outubro. O ex-presidente municipal do PSDB, Fernando Alfredo, está tentando barrar a candidatura de Datena por meio de uma ação judicial. Além disso, o próprio jornalista tem um histórico de desistências. Ele já foi pré-candidato em quatro eleições anteriores, mas sempre acaba desistindo.
Caso a candidatura de Datena se confirme até o dia 15 de agosto, último dia para o registro de candidatos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tabata terá que escolher um nome do próprio partido como vice. Entre os cotados estão Lu Alckmin, esposa de Geraldo Alckmin, e Lúcia França, esposa de Márcio França. Alckmin e França são os principais fiadores da candidatura da deputada.
Se, por algum motivo, a candidatura de Datena não for confirmada, ainda existe a possibilidade de uma composição com o PSDB, com o presidente municipal da legenda, José Aníbal, ou o presidente da federação PSDB-Cidadania, Mário Covas Neto, assumindo a vice do PSB. Esse cenário, porém, é considerado pouco provável pelo entorno de Tabata, que já vêem uma chapa puro-sangue como a realidade mais plausível.
Terceira via
Embora rejeite o rótulo de "terceira via", Tabata busca se posicionar como alternativa aos nomes do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiados, respectivamente, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Sua estratégia é frequentemente comparada à da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), terceira colocada nas eleições de 2022.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast, a pessebista afirmou ser a única candidata à Prefeitura capaz de dialogar tanto com o governo federal quanto com o governo estadual. "Sou a única que pode governar com Lula e com Tarcísio", destacou. A deputada utiliza seu bom relacionamento com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com o presidente Lula como um trunfo eleitoral.
Apesar de evitar críticas ao governo federal, Tabata tem sido dura com Boulos, candidato apoiado pelo Palácio do Planalto. No primeiro trimestre, ela criticou o candidato do PSOL por ignorá-la em uma publicação nas redes sociais sobre uma pesquisa eleitoral. Além disso, afirmou que tanto Nunes quanto Boulos a procuraram para propor algum tipo de acordo para a disputa pelo comando da capital.
Na última pesquisa Datafolha, publicada em 5 de julho, Tabata aparece com 7% das intenções de voto, empatada tecnicamente em terceiro lugar com Datena, que tem 11%, e Pablo Marçal (PRTB), que tem 10%. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Nunes e Boulos lideram, com 24% e 23%, respectivamente.