Tarcísio admite estar ‘completamente errado’ sobre críticas ao uso de câmeras corporais na PM e promete ampliar programa

O governador de SP era crítico ao uso do equipamento, mas, após casos recentes de violência policial, avaliou estar equivocado

5 dez 2024 - 16h44
(atualizado às 18h06)
Foto: Vinicius Nunes/Agência F8/Estadão Conteúdo

Tarcísio de Freitas admitiu estar “completamente errado” com relação às críticas que fez ao uso das câmeras corporais em agentes da Polícia Militar. A declaração foi dada em entrevista à CBN nesta quinta-feira, 5, em meio a casos recentes de violência policial no Estado. Além de avaliar que sua visão sobre o equipamento estava “equivocada”, o governador de São Paulo se comprometeu a ampliar e fortalecer o programa.

“Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Então eu tinha uma visão equivocada, fruto da experiência pretérita que eu tive, que não tem nada a ver com a questão da segurança pública”, começou o governador, com relação à questão das câmeras corporais. 

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“Hoje eu estou absolutamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade, do policial. E nós vamos não só manter o programa, mas ampliar o programa. Eu admito, estava errado. Eu me enganei. Não tem problema nenhum de chegar aqui e dizer para vocês que eu me enganei, que eu estava errado, que eu tinha uma visão equivocada sobre a importância das câmaras”, complementou, sem citar detalhes com relação às novas metas.

O governador também disse que a série de abusos da Polícia Militar apontam algo de errado na corporação. “São coisas que chocam, acho que todo mundo choca, vocês chocam, a gente também. A gente fica extremamente chateado com isso, extremamente triste. Agora, o que nós temos que fazer? Olhar para frente e ver como é que a gente vai atuar para entender que essas coisas acontecem”, pontuou.

Essa foi a primeira vez que Tarcísio falou com a imprensa desde o caso do policial militar Luan Felipe Alves Pereira, que jogou um homem de uma ponte, na madrugada de segunda-feira, 2, durante uma abordagem. A situação foi gravada, teve ampla repercussão, e culminou na prisão do soldado nesta quinta. A medida atendeu a um pedido da Corregedoria da Polícia Militar.

Antes, no X, antigo Twitter, o político citou o caso ao dizer que um policial militar que "atira pelas costas" ou "joga uma pessoa da ponte" não está "à altura de usar essa farda”.

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Mais sobre os casos de violência policial

Com relação ao caso da ponte, nas imagens que registraram a abordagem, três PMs estão em uma ponte no bairro Cidade Ademar, quando um quarto policial aparece trazendo um homem, que aparenta já estar contido pela abordagem dos profissionais. Em seguida, o policial pega o homem no colo e o joga pela ponte.

O soldado Luan Pereira, quem jogou o homem, foi detido na sede da Corregedoria após o Tribunal de Justiça Militar acatar o pedido de prisão enviado na quarta-feira, 4. Em seguida, ele deve ser encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista, após realizar exames no IML.

PM é flagrado arremessando homem de cima de ponte em São Paulo
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Já na terça-feira, dia 3, outro caso chocou. O de Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, que foi morto com 11 tiros nas costas pelo policial militar Vinicius de Lima Britto, de 24 anos, em frente a um mercado na Zona Sul de São Paulo. Imagens mostram Gabriel tentando fugir de um estabelecimento com produtos de limpeza na mão.

Em seguida, ele é alvejado pelo PM, que estava de folga e fazia compras no local. Antes da repercussão do vídeo, Vinicius alegou legítima defesa. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmou que ele foi afastado e que o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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Vídeo mostra PM atirando em homem negro pelas costas
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Fonte: Redação Terra
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