Tarcísio diz não ser 'bolsonarista raiz' e defende diálogo com Lula e o STF

Governador eleito afirma ser contrário ao tensionamento entre Poderes, alega que vai evitar 'guerra ideológica' e elogia o ministro Luís Roberto Barroso

5 dez 2022 - 21h58
(atualizado às 22h19)

O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira, 5, que nunca foi um "bolsonarista raiz" e defendeu que não vai entrar em uma "guerra ideológica" no comando do Estado. Ele também disse que não quer reproduzir erros do governo federal de "tensionar com os Poderes" e se mostrou incomodado com críticas feitas por bolsonaristas.

Tarcísio de Freitas e equipe de transição
Tarcísio de Freitas e equipe de transição
Foto: Divulgação / Estadão

"Eu nunca fui bolsonarista raiz. Comungo das ideias econômicas principalmente desse governo Bolsonaro", disse, citando a "valorização da livre iniciativa", durante entrevista à CNN Brasil. "Sou cristão, contra aborto, contra liberação de drogas, mas não vou entrar em guerra ideológica e cultural", argumentou.

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Ao longo da campanha ele também defedeu pautas vinculadas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), como a diminuição da maioridade penal.

Tarcísio ainda rebateu críticas que recebe do grupo que apoia o presidente Bolsonaro. Ele citou as mensagens contrárias que recebeu ao postar uma mensagem nas redes sociais em memória do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho, que morreu no mês passado. "Trata-se de um ex-governador do Estado que eu vou governar. E recebo críticas", diz.

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, o governador eleito Tarcísio de Freitas e o vice-governador eleito Felício Ramuth.
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

Na entrevista, ele também defendeu que vai manter um diálogo com os ministros do Supremo Tribunal Federal, Corte atacada por bolsonaristas. "Não vou fazer o que erramos no governo federal de tensionar com Poderes. Vamos conversar com ministros do STF", disse.

"Teve um jantar com ministros do STF, STJ, TSE, TCU. Na divisão das mesas, me botaram ao lado do ministro (do STF, Luís Roberto) Barroso. Queriam que eu me levantasse e saísse?", disse, em resposta aos questionamentos que recebeu sobre o encontro. Tarcísio disse ainda que Barroso é um ministro "preparadíssimo e razoável".

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Questionado sobre os últimos dias do governo Bolsonaro, o governador eleito defendeu que o presidente é uma liderança do campo da direita e que precisa sair do "casulo". Tarcísio alegou ainda que vai conversar com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para manter políticas públicas no Estado.

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