O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), encontrou um público menos hostil do que o advogado-geral da União, Jorge Messias, durante discurso na Marcha para Jesus, nesta quinta-feira, 8, na capital paulista.
Tarcísio foi recebido pela plateia do evento com aplausos, gritos e ouviu um "Tarcísio, eu te amo" do apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer, organizador da Marcha. Mais cedo, Messias, responsável por defender o governo federal em processos na Justiça, foi vaiado pelo público ao citar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O governador fez um discurso carregado de referências bíblicas. "Se meu povo orar e buscar a minha face e converter dos maus caminhos então eu ouvirei dos céus, perdoarei seus pecados e sararei a sua terra", afirmou, ao reproduzir um trecho do livro de Crônicas, citado erroneamente como de Coríntios pelo governador.
"Isso vale para a nossa terra, o nosso Estado. O nosso País. A gente tem um caminho. O caminho é se afastar do pecado. Buscar a palavra de Deus, ser obediente aos seus ensinamentos", continuou, pedindo bênçãos a São Paulo e sendo aplaudido novamente pela plateia.
Tarcísio orou no palco ao lado do deputado estadual Carlos Cezar (PL), de secretários com
o o de Turismo, Roberto Lucena, e de Cultura, Marília Marton. O filho do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), Ricardo Nunes Junior, também acompanhou o governador, já que o prefeito está no exterior.
Além de Tarcísio e Messias, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, deve discursar no evento hoje. Lula foi convidado a participar, mas optou por passar o feriado de Corpus Christi na Bahia.
Hernandes sustentou que o ato não tem caráter político e disse que Lula seria bem recebido pelos evangélicos se estivesse presente. Ele afirmou que o petista não se recusou a estar no ato.
"Lula mandou uma carta muito bem elaborada, reconhecendo a importância da Marcha e se colocando à disposição. Por força de compromissos, ele não veio. Nós gostaríamos que ele viesse, por isso mandamos o convite. O receberíamos como presidente, com muita alegria, porque a marcha é apartidária", disse à reportagem.
Na carta citada por Estevam, Lula disse que um dos seus "maiores orgulhos" foi ter sancionado a lei que estabelece o Dia Nacional da Marcha para Jesus. O documento não faz menção à justificativa para a ausência, e aponta que a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e o ministro Jorge Messias o representarão no evento.
O apóstolo apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, ano de disputa eleitoral. Na ocasião, a Marcha para Jesus contou com participação do então presidente Jair Bolsonaro, candidato que tinha maior apoio entre os evangélicos.