O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que vai manter a nomeação do irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Diego Torres Dourado, para que seja seu novo assessor especial do governo no Estado.
Ao Estadão, Tarcísio disse que não tem motivos para rever a nomeação e declarou que Diego Torres Dourado é uma pessoa de sua confiança, tendo ajudado sua campanha eleitoral pelo governo paulista. "Eu o nomeei para um cargo de assessor. Ele é um rapaz super do bem, trabalhador, honesto, que me ajudou muito durante a campanha e participou dela desde o início", afirmou à reportagem.
"Primeiro, é de absoluta confiança. É muito leal e amigo. Desenvolvi grande amizade com ele nestes últimos anos. Tem duas graduações, mas tem habilidades na área de TI (tecnologia da informação) e redes."
O governador disse que a nomeação está atrelada à sua confiança e proximidade com Dourado e que não vai governar com medidas de "exclusão" ou de "sectarismo" para escolher seus pares. "Quem dá o tom do governo sou eu. E é um tom de diálogo, de pacificação, de trabalho por todos, de foco em resultados. Já tenho dado muitas pistas, feito gestos nesta direção", comentou. "Aqui não há radicalismo, exclusão, sectarismo. Estou preocupado em fazer o melhor."
Como informou o Estadão, Diego Torres Dourado esteve no acampamento montado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na porta do Quartel-General do Exército, em Brasília.
O irmão de Michelle não teve cargo e salário por sua atuação na campanha da Tarcísio. A função de "assessor especial do governador I" que passa a ocupar tem salário de R$ 19.204,22, segundo o portal de Recursos Humano do Governo de São Paulo.
Uma foto de Diego Torres no acampamento golpista foi compartilhada por dois amigos seus em 2 de novembro de 2022. Na imagem, o irmão de Michelle está de óculos e enrolado em uma bandeira do Brasil, ao lado de três apoiadores do ex-presidente.
Torres não divulga em suas redes imagens sobre a visita que fez ao acampamento, mas curtiu a foto publicada por Elizangela Castelo Branco. "Em Brasília, assim como em muitas outras cidades brasileiras, as manifestações foram lindas, pacíficas e cheias de patriotismo. Brasileiros de todas as idades, credos e cores se reuniram por um único motivo: lutar bravamente por nossa pátria", escreveu a amiga.
Bolsonaristas passaram 70 dias no local, pedindo uma intervenção militar contra o resultado das eleições presidenciais. Lá, tramaram a tentativa de golpe que resultou na depredação das sedes dos Três Poderes no domingo, 8.
Diego Torres já ocupou cargos em comissão anteriormente. O irmão de Michelle já foi assistente técnico na Aeronáutica e na chefia de Operações Conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e assistente parlamentar no Senado.