Empreiteiras suspeitas de participar de um esquema de corrupção na Petrobras receberam obras de outros órgãos e empresas federais que podem ter sido inflados em pelo menos R$ 1,1 bilhão, de acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo as auditorias feitas desde 2003, o chamado "Clube Vip" de empreiteiros teve contratos superfaturados em 20 grandes empreendimentos, que vão desde a construção de ferrovias e aeroportos, até a obra de Transposição do Rio São Francisco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O tribunal ainda não lançou conclusões sobre as auditorias, já que na maioria dos casos as empreiteiras contestaram, por meio de recursos, os critérios utilizados no tribunal. Segundo técnicos do TCU, tanto na Petrobras como nas outras obras, os sobrepreços nas planilhas de materiais e serviços representaram os principais prejuízos dentro das construtoras, que tiveram parte de executivos presa na sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada no dia 14.
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Segundo o jornal, a Polícia Federal pretende ampliar as investigações para outras empresas além da Petrobras. “Essas empresas tinham interesses em outros ministérios capitaneados por partidos. São as mesmas que participaram de várias outras obras no Brasil”, afirmou à Justiça Federal o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, delator do esquema.
A publicação cita suspeita de sobrepreço em obras da Constran-UTC, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht e Queiroz Galvão. Segundo delatores do caso, porém, pelo menos dez empreiteiras formariam o “clube” formado para desviar recursos se obras públicas desde 1990. São elas: Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Engevix, Andrade Gutierrez, Cosntran-UTC, Odebrecht, Mendes Júnior, Iesa, Galvão Engenharia e OAS. No próprio grupo, existiria um subgrupo de “Vips”, com maior poder de persuasão na escolha de contratos. O grupo VIP, de acordo com os delatores, seria formado por Odebrecht, Constran-UTC, Camargo CorrÊa, Andrade Gutierrez e OAS.
Entre as empresas citadas, a Engevix não apareceu nos relatórios do TCU sobre obras não relacionadas à Petrobras.