O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga indícios de superfaturamento e possível favorecimento na compra de veículos blindados durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) como presidente da República. Os veículos são considerados abaixo do padrão.
De acordo com informações do jornal O Globo, os contratos sob análise do TCU foram firmados entre a empresa Combat Armor Defense e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Polícia Federal (PF), o Ministério da Defesa e a Polícia Militar do Rio de Janeiro. A empresa atuou no Brasil entre 2019 e o primeiro semestre de 2023, e, segundo a Corte de Contas, não possui qualquer relação com a fabricação de blindados.
Desta forma, há a possibilidade de a Combat Armor Defense ter vencido os pregões brasileiros por favorecimento da "condescendência de agentes públicos". Durante a gestão Bolsonaro, a empresa venceu:
- Quatro pregões com a PRF e um com o Ministério da Defesa, em valor estimado de R$ 47,4 milhões;
- Um pregão junto à Polícia Militar do Rio de Janeiro, de cerca de R$ 20,8 milhões;
- Um pregão para a aquisição de viaturas especiais para a PRF no Distrito Federal, na ordem de R$ 14,1 milhões.
De maneira geral, como apontam as investigações, a empresa recebeu R$ 38,9 milhões da União, sendo R$ 33,5 milhões por meio da PRF em contratos para a aquisição de veículos blindados operacionais. Os contratos com a Combat Armor, que seguem sob análise, foram quitados nos três últimos meses de 2022, antes de Luiz Inácio Lula da Silva assumir a Presidência.