Na manhã desta quarta-feira, 8, o MDB lançou a primeira pré-candidatura feminina para as eleições presidenciais de 2022. A senadora Simone Tebet (MS) será a aposta da sigla para a disputa da corrida presidencial. Até agora única mulher na corrida, Simone tem como desafio desvincular-se da imagem de "vice", destinada a compor chapa com outro nome mais competitivo de acordo com as pesquisas de intenção de voto.
Simone é filha do político Ramez Tebet (1936 - 2006), também senador, tendo inclusive presidido a Casa entre 2001 e 2003. Ela tem 51 anos e já foi deputada estadual, prefeita e vice-governadora em seu Estado, o Mato Grosso do Sul. É casada com o deputado estadual Eduardo Rocha (MDB), com quem tem duas filhas.
Tebet ganhou destaque durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, onde demarcou seu posicionamento de oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Ao Estadão, a senadora defendeu a abertura de processo de impeachment do presidente.
Tebet é a nona mulher a concorrer ao cargo de Presidência da República desde a redemocratização brasileira. O Estadão relembra quem foram as mulheres que estiveram presentes nas corridas presidenciais.
Lívia Maria Ledo Pio de Abreu (1989)
Depois de 30 anos sem eleições diretas para a presidência da República, 22 candidatos se apresentaram para concorrer à cadeira presidencial em 1989: uma delas foi Lívia Maria Pio. A advogada foi a primeira mulher no Brasil a se candidatar ao cargo de Presidente da República e tinha, naquela época, 30 segundos de propaganda política na TV para convocar as brasileiras a mudarem o destino do País.
Filiada ao Partido Nacionalista (PN), Lívia Maria terminou o primeiro turno em 16º lugar, com cerca de 180 mil votos (0,25% dos válidos).
Thereza Tinajero Ruiz (1998)
A tentativa de Lívia abriu o caminho para outras políticas. A administradora de empresas Thereza Ruiz foi a segunda a se candidatar ao cargo presidencial. Thereza filiou-se ao Partido Trabalhista Nacional (PTN) e esteve na corrida da eleição de 1998. No primeiro turno, terminou na 10ª posição com 166 mil votos (0,25% dos válidos);
Ana Maria Teixeira Rangel (2006)
A cientista política Ana Maria Rangel quase não participou da corrida eleitoral de 2006 por ter a sua candidatura impugnada pela sua sigla, o Partido Republicano Progressista (PRP). O embate começou após a candidata denunciar um suposto sistema de corrupção dentro do PRP. A candidata gravou uma reunião na qual Resende teria pedido R$ 14 milhões para garantir que o nome dela fosse o escolhido pela legenda.
Nas eleições de 2006, Ana Maria terminou em quinto lugar no primeiro turno, com 126 mil votos (0,13% dos válidos).
Heloísa Helena Lima de Moraes Carvalho (2006)
A Heloísa Helena na política vem de antes da corrida presidencial de 2006. A enfermeira e professora foi eleita em 1998 para o Senado Federal com 374 mil votos (22,53% dos válidos). Na época, filiada ao PT, ela foi a primeira senadora mulher da República por seu estado natal, Alagoas.
Em 2004, Heloísa Helena foi uma das fundadoras do PSOL, partido que se uniu com o PSTU e PCB para formar a Frente de Esquerda, responsável por lançar sua candidatura nas eleições de 2006. Ao final do primeiro turno, a professora ficou na terceira posição com um total de 6,5 milhões de votos (6,85% dos válidos).
Maria Osmarina da Silva Vaz de Lima (2010, 2014 e 2018)
Antes de disputar a cadeira presidencial, Maria Silva ocupou diversos cargos públicos. Ela foi vereadora de Rio Branco (1988), deputada estadual (1990), senadora (1995 e 2011) - o que, aos 36 anos, fez com que ela se tornasse a mais jovem senadora da história do país - e ministra do Meio Ambiente (2003 e 2008).
Marina esteve presente em três corridas presidenciais. A primeira, em 2010, concorreu pelo Partido Verde (PV) e ficou em terceiro lugar com mais de 19 milhões de votos (19,33% dos válidos).
Sua segunda tentativa foi nas eleições do ano seguinte. Com a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina deixa sua posição de vice na chapa e passa a ser a candidata do PRB à presidência da República. Novamente, ela ficou na terceira posição, com mais de 22 milhões de votos dessa vez (21,32% dos válidos).
Nas últimas eleições, Marina concorreu pela Rede Sustentabilidade e ficou na 8º posição com 1 milhão de votos (1% dos válidos).
Luciana Krebs Genro (2014)
Antes de disputar a presidência, a advogada Luciana ocupou cargos políticos no Legislativo: deputada estadual (1994 e 1998) e deputada federal (2002 e 2006).
Nas eleições de 2014, Luciana concorreu pelo partido que ajudou a fundar, o PSOL. No primeiro turno, a advogada obteve 1,6 milhão de votos (1,55% dos válidos), ocupando a quarta posição na corrida.
Dilma Vana Rousseff (2010 e 2014)
Dilma foi a mulher que chegou mais longe na corrida presidencial. Filiada ao PT, a economista e política brasileira obteve 47 milhões de votos (46,91%) no primeiro turno das eleições de 2010. No segundo turno, Dilma angariou 55 milhões (56,05%), o que a levou a ser a primeira mulher presidente do Brasil e a 36ª presidente do país.
Em 2014, Dilma foi reeleita com 43 milhões de votos (41,59%) no primeiro turno e 50 milhões (51,64%) no segundo. O mandato da presidente foi interrompido em 2016 por causa de um processo de impeachment, quando o seu vice assumiu o cargo.
Vera Lucia Salgado (2018)
Antes de entrar para a corrida presidencial de 2018, Vera Lucia foi candidata a deputada federal nas eleições de 2006 e também esteve presente nas eleições de 2004, 2008, 2012 e 2016 na busca pela prefeita de Aracaju, entretanto nunca ter venceu nenhuma eleição.
Filiada ao PSTU, Vera recebeu 55 mil votos (0,05% dos válidos) nas eleições de 2018, terminando em 11º lugar entre 13 candidaturas.