O presidente Michel Temer deu posse a dez ministros na tarde de hoje (10), no Palácio do Planalto. Em discurso, ele afirmou que o Brasil está no rumo certo e frisou a manutenção da estrutura político-partidária na reforma ministerial. Disse que a ideia era dar continuidade ao que já vinha sendo feito em cada pasta.
"Não interrompemos a administração. Ao escolhermos os ministérios, mantivemos a mesma composição político-partidária. Nosso objetivo é construir um novo Brasil, e não interromper o que foi feito até agora. Vamos completar a obra que começamos. O governo tem rumo, o país tem rumo. O novo Brasil veio para ficar", disse.
Tomaram posse Eduardo Guardia (Fazenda), Rossieli Soares da Silva (Educação), Alberto Beltrame (Desenvolvimento Social), Marcos Jorge (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), Esteves Colnago (Planejamento), Leandro Cruz Fróes da Silva (Esporte), Vinicius Lummertz (Turismo), Antônio de Pádua de Deus (Integração Nacional) e Moreira Franco (Minas e Energia). Além desses nove, Helton Yomura, que ocupava interinamente o ministério do Trabalho, foi efetivado no cargo.
Temer discursou por 16 minutos, nos quais reservou espaço para falar um pouco de cada ministro, tanto os que saíram quanto os que assumem. Desejou sucesso aos que chegam e agradeceu ao trabalho dos que deixam o governo. A reforma ministerial foi conduzida por Temer em virtude da saída dos ministros que pretendem disputar as eleições deste ano, na chamada desincompatibilização.
Fazenda
Quem assume o comando do Ministério da Fazenda no lugar de Henrique Meirelles é Eduardo Guardia, que ocupava a secretaria executiva da pasta desde 2016.
Graduado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Guardia é doutor em economia pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo.
Na BM&F Bovespa, já ocupou os cargos de diretor executivo de Produtos e diretor executivo financeiro. Também já foi secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, secretário do Tesouro Nacional e secretário Adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
Educação
O novo ministro da Educação é o advogado Rossieli Soares da Silva, que ocupava o cargo de secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC) desde maio de 2016. Ele é mestre em Gestão e Avaliação Educacional pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) e membro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Antes de integrar a equipe do MEC, o novo ministro foi secretário de Educação do Amazonas, entre agosto de 2012 e maio de 2016. Na Secretaria de Educação também ocupou os cargos de secretário executivo de Gestão, diretor de Infraestrutura e diretor de Planejamento. Rossieli assume no lugar de Mendonça Filho.
Desenvolvimento Social
O ministro do Desenvolvimento Social e Agrário é Alberto Beltrame, que ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta desde maio de 2016. Ele é médico pediatra, especialista em administração hospitalar e mestre em gestão de sistemas de saúde.
Na área de assistência social, foi presidente da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social e diretor do Trabalho na Secretaria Estadual do Trabalho, Cidadania e Assistência Social do Rio Grande do Sul. Ele assume no lugar de Osmar Terra.
Indústria, Comércio Exterior e Serviços
O atual ministro interino do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge de Lima, é o novo titular da pasta. Ele assumiu como ministro interino em janeiro deste ano, após a saída de Marcos Pereira do cargo. Entre 2016 e 2017, Lima foi secretário executivo do MDIC, além de chefe de gabinete.
O novo ministro é administrador legislativo com graduação pela Universidade do Sul de Santa Catarina e mestre em Administração Pública pela Escola de Administração do Instituto de Direito Público de Brasília.
Minas e Energia
O ministro Moreira Franco deixa a Secretaria-Geral da Presidência para assumir o Ministério de Minas e Energia, no lugar de Fernando Coelho Filho.
Moreira Franco já foi deputado federal pelo Rio de Janeiro, prefeito da cidade de Niterói (1977-1982) e governador do Rio de Janeiro (1987-1991). Também já esteve à frente de diversos ministérios, como Assuntos Estratégicos (2011), Aviação Civil (2013) e a Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (2016).
Esporte
O ministro do Esporte será o advogado Leandro Cruz Fróes da Silva, que ocupava o cargo de secretário nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social do Ministério do Esporte. Ele assume no lugar de Leonardo Picciani.
Planejamento
Para o Ministério do Planejamento foi nomeado o economista Esteves Pedro Colnago Jr., que é o atual secretário-executivo da pasta. Ele é mestre em Ciências Econômicas pela Universidade de Brasília e especialista em Contabilidade Pública.
Colnago é presidente do Conselho de Administração do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e membro do Conselho de Administração da Eletrobras e assume no lugar de Dyogo Oliveira, que foi nomeado ontem (9) presidente do BNDES.
Turismo
O novo ministro do Turismo é Vinicius Lummertz, que ocupava o cargo de presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). Lummertz, que assume no lugar de Marx Beltrão, é formado em ciência política pela Universidade Americana de Paris.
Foi secretário nacional de Políticas de Turismo no Ministério do Turismo, em 2012, e também ocupou os cargos de secretário de Turismo, Esporte e Cultura de Florianópolis e de secretário de Estado de Articulação Internacional do Governo de Santa Catarina.
Integração
No ministério da Integração Nacional, o novo ministro é Antônio de Pádua de Deus, que era secretário de Infraestrutura de Recursos Hídricos da pasta. Ele assume no lugar de Helder Barbalho, que estava no cargo desde maio de 2016.
Trabalho
No Ministério do Trabalho, quem assume é Helton Yomura, que está interinamente no cargo desde o fim do ano passado, quando Ronaldo Nogueira deixou a pasta. Yamura foi superintendente regional do Ministério do Trabalho no Rio de Janeiro e era secretário-executivo da pasta.
*Colaboraram Yara Aquino e Sabrina Craide