Temer quer que empresa escolha um candidato em doação

Vice-presidente é favorável ao financiamento empresarial de campanhas, o que o PT, de Dilma Rousseff, é contra

28 abr 2015 - 12h12
(atualizado às 12h55)

O vice-presidente da República, Michel Temer, defendeu nesta terça-feira, na Câmara dos Deputados, o financiamento empresarial de campanha, mas desde que as pessoas jurídicas escolham apenas um candidato para apoiar financeiramente. Presidente licenciado do PMDB, Temer foi à comissão especial sobre a reforma política defender mudanças na legislação.

“Eu sei que estou falando uma coisa utópica. (...) Se a empresa quiser colaborar, faz uma opção”, disse o vice-presidente. “Acho que seria altamente moralizador se pudéssemos fazer uma opção por esse caminho, essa fórmula.”

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A posição de Temer é contrária à do PT, que busca acabar com o financiamento empresarial de campanhas. Em meio ao escândalo investigado pela Operação Lava Jato, com a prisão do ex-tesoureiro do partido, a legenda decidiu parar de receber as doações empresariais, por meio de uma resolução.

Em sua apresentação, Temer defendeu a principal ideia do PMDB para a reforma política: a adoção do voto majoritário para a eleição de deputados federais, o chamado Distritão. Para ele, os mais votados de cada Estado deveriam ir para a Câmara dos Deputados.

Atualmente, o sistema é proporcional. Os votos para os deputados contam também para o partido, o que define o número de cadeiras que cada legenda terá no Estado.

“Nossos partidos ao longo do tempo perderam um pouco de sua identidade programática. Se nós examinarmos o programa de 32 partidos, verão uma identidade absoluta entre eles. No sistema proporcional o eleitor está escolhendo um partido para votar? Não, ele escolhe pessoas”, disse o vice.

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Cunha e Renan

Na chegada a Câmara dos Deputados, Temer negou mal-estar entre o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os dois divergiram na semana passada sobre o projeto de lei que regulamenta a terceirização. Renan criticou a pressa na votação e criticou a extensão da terceirização para todas atividades das empresas. Cunha rebateu, dizendo que também poderia atrasar projetos do Senado na Câmara.

“Em primeiro lugar, não há um desentendimento pessoal. Em segundo lugar, o legislativo é um lugar de conflitos nas mais variadas matérias. Há uma certa divergência entre o presidente da Câmara e o do Senado, mas isso se decide na votação”, disse Temer.  “Não (causa mal-estar partidário). PMDB sempre foi um partido das mais diversas opiniões.”

Fonte: Terra
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