O vice-presidente da República Michel Temer alertou a presidente Dilma Rousseff que ou o governo inclui o PMDB em suas decisões estratégicas ou não terá como manter a legenda na base aliada, segundo informações publicadas nesta quarta-feira pelo jornal Folha de S.Paulo. O vice teria afirmado que a sigla está no “limite da governabilidade” e explicou que se o partido continuar excluído do poder “mais um ou dois meses”, o Planalto corre o risco de perder o controle mínimo da pauta no Congresso – atualmente o PMDB preside as duas Casas do Parlamento.
O governo dificilmente conseguiria viabilizar projetos de seu interesse ou grau mínimo de blindagem em CPIs como a da Petrobras caso perdesse o apoio do partido. Segundo a Folha, esta é a primeira vez que Temer traça um cenário tão negativo à Dilma.
A presidente garantiu sete pastas ao PMDB, mas a maioria sem grande poder político. A Folha afirma que a legenda exige ter assentos nas reuniões de coordenações do governo – hoje composta apenas por petistas -, além de emplacar cargos no segundo escalão do governo. O diálogo entre Temer e Dilma ocorreu poucas horas depois de um jantar, na segunda-feira (23), da cúpula do PMDB com a equipe econômica na residência oficial do vice, o Palácio do Jaburu.
Como representantes do Executivo, estavam no jantar Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Alexandre Tombini (Banco Central) e Aloizio Mercadante (Casa Civil). Mercadante, inclusive, teria reconhecido que é preciso repensar a relação do governo com sua base congressual. Na semana que vem, Dilma receberá a cúpula peemedebista.