O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse nesta quinta-feira, 12, que o presidente Michel Temer praticou crime eleitoral ao ameaçar retirar os cargos do PP no governo caso o partido decida apoiar a candidatura do ex-governador do Ceará nas eleições 2018, conforme mostrou o Estado nesta quinta-feira. "Na medida em que o presidente da República, que a mim não surpreende, fala em cargo versus voto e apoio eleitoral, partidário, me parece que é absolutamente um crime eleitoral praticado à luz do dia, o que sendo o Temer não me surpreende nada", disse Ciro durante evento do PDT em um bar da Praia de Iracema, em Fortaleza. "Esse é problema do Tribunal Superior Eleitoral", afirmou.
No evento, Ciro falou sobre a formação de alianças em torno de sua pré-candidatura e afirmou que está dando "o tempo que eles precisam" aos partidos que negociam apoio. "Imagina você conduzir partidos que estão no governo, já ameaçados publicamente pelo presidente da República. Estão tomando uma posição original", disse.
Segundo Ciro, as negociações com o PSB estão sendo realizadas "com muita calma". "O PSB de São Paulo gostaria de uma aliança com o PSDB, com (Geraldo) Alckmin, e o PSB de Pernambuco gostaria de uma aliança com o PT, então é ter paciência."
O pré-candidato disse que o objetivo é construir um núcleo de poder independentemente da confrontação "odienta, que descambou para quase violência, entre PSDB e PT, que só deu protagonismo a um PMDB corrupto". "Vamos ver se eu consigo essa proeza", reiterou.
Conforme o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, está sendo respeitado o tempo do PSB para selar uma aliança. Além disso, ele ressaltou que estão sendo mantidas conversas com os partidos do Centrão: DEM, PP, Solidariedade e até com o PR. "Com o PR acho que é uma situação mais difícil, que estão caminhando em outra direção", disse Lupi.