O ministro Flávio Dino afirmou que espera que a "lei prevaleça" e que "não haja crimes" caso realmente se confirme a expectativa de protestos de bolsonaristas neste domingo, 8, em Brasília, contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em postagem no Twitter, o chefe da pasta da Justiça e Segurança Pública afirmou que a "tomada do poder", como é pedida pelos apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), só é possível após a realização de novas eleições, marcadas para 2026.
"Ontem [sábado] conversei com governadores, inclusive que não são do nosso campo político. Queremos que a lei prevaleça e não haja crimes. Estou em Brasília, espero que não ocorram atos violentos e que a polícia não precise atuar. “Tomada do Poder” pode ocorrer só em 2026, em nova eleição", escreveu.
Ontem conversei com governadores, inclusive que não são do nosso campo político. Queremos que a LEI prevaleça e não haja crimes. Estou em Brasília, espero que não ocorram atos violentos e que a polícia não precise atuar. “Tomada do Poder” pode ocorrer só em 2026, em nova eleição.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) January 8, 2023
Protestos golpistas
Relatórios de inteligência em poder do governo indicam que 100 ônibus com 3.900 pessoas chegaram em Brasília com disposição de retomar protestos de rua contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Convocados pelas redes sociais, os extremistas falam em um ato na capital federal neste domingo. Para evitar depredações como as que ocorreram no dia 12 de dezembro, a segurança em Brasília foi reforçada e o governo passou a falar em endurecer o tratamento contra quem adotar discurso golpista.
Desde a posse de Lula, o acampamento dos extremistas no QG do Exército vinha sofrendo esvaziamento. Na última semana, apenas 200 pessoas permaneciam por ali. Com a chegada das caravanas de ônibus, em viagens organizadas por grupos de Whatsapp, o contingente voltou a preocupar o governo.
Autoridades do Executivo relataram ao Estadão que a movimentação dos extremistas vem sendo monitorada. Até o momento, os que estavam acampados na frente do Quartel General do Exército vinham recebendo tratamento respeitoso, sem que fosse forçada uma saída do local.
A partir de informações de que os extremistas decidiram retomar atos em Brasília e seguem com discurso de enfrentar o governo eleito, até com pregação de atos para impedir distribuição de combustível e ir para "o tudo ou nada", a cúpula do governo Lula mobilizou o aparato de segurança federal: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional foram acionadas para proteger a Esplanada. Também houve uma articulação com o governo do Distrito Federal para reforçar a proteção.
Segundo um integrante do governo, apesar de ainda acampados na porta de quartéis, os extremistas não têm apoio dos militares. Mas o relato que tem sido levado ao presidente Lula é de que ainda há dúvidas entre parte dos oficiais sobre o resultado da eleição. Nas palavras de um auxiliar do presidente, os militares estão "pacificados, mas não totalmente convencidos". Assim, o cenário descrito é de situação pacífica, porém "delicada".
Uso da Força Nacional
A portaria assinada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública autoriza a atuação da Força Nacional em Brasília por três dias, entre sábado, 7, e segunda-feira, 9, e permite que unidade auxilie na proteção da ordem pública e do patrimônio público e privado entre a Rodoviária da capital federal e a Praça dos Três Poderes, o que compreende a Esplanada dos Ministérios.
*Com informações do Estadão Conteúdo